quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Número de transplantes de medula caiu durante a pandemia da covid-19

    O número de transplantes de medula óssea no estado do Rio de Janeiro caiu aproximadamente 35%, com o surgimento da pandemia provocada pelo novo coronavírus. A informação foi divulgada pela criadora da Associação Davida Casa do Bom Samaritano, Cristina Figueroa, durante reunião remota da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizada nesta quinta-feira (26/08). O levantamento foi feito com base no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
     “Em 2019, foram 420 transplantes. Em 2020, com a pandemia, 279. Até julho de 2021, registramos 146 transplantes. A pandemia nos afetou muito. Apesar disso, durante a pandemia, nosso estado foi um dos que mais cadastrou doadores, 11 mil em 2020”, declarou Cristina. Ainda de acordo com ela, há 5,5 milhões de doadores cadastrados no país, e mil pessoas aguardando o transplante. O Rio de Janeiro ainda possui números modestos de cadastrados se comparados ao estado de São Paulo, ainda que consideradas as diferenças populacionais: 250 mil x 1,3 milhão.
      Para a criadora da Davida, é preciso conscientizar a população fluminense sobre a importância das doações de medula. "Se trabalharmos o estado como um todo, em nossos 92 municípios, podemos conscientizar futuros doadores. O interior do estado ainda é uma 'terra virgem' para trabalharmos as doações", ponderou Cristina.
    Presidente da comissão, a deputada Martha Rocha (PDT) destacou ações a serem tomadas pelo colegiado e reforçou a necessidade de mobilização. “Vamos buscar uma reunião com a Secretaria estadual de Educação, já que, por lei, as escolas são obrigadas a divulgar informações sobre a doação de medula óssea e de plaquetas. Também vamos articular com o Conselho estadual de Educação para que esse tema faça parte da linha de ações. Temos que nos mobilizar e buscar companheiros, é uma causa suprapartidária", enfatizou.
      Vice-presidente da comissão, a deputada Enfermeira Rejane (PCdoB) falou da importância da participação de diversos setores da sociedade na conscientização. "É mesmo um debate apartidário, que transcende a questão política. Devemos incluir as religiões, que com seu grande alcance podem abraçar o projeto, trazendo informação e estimulando o debate", frisou.
    Idealizador da campanha “Agosto Laranja”, que incentiva a mobilização e conscientização da doação de medula óssea no estado, o deputado Waldeck Carneiro (PT) chamou a atenção para a necessidade de articulação. “É uma pauta muito sensível e importante, e precisamos focar em pontos a serem melhorados, como a atualização dos cadastros, já que não adianta ter cadastros muito cheios se estão desatualizados. Vamos mobilizar secretários municipais de Saúde, presidentes de Assembleias Legislativas, convidar o Judiciário também a participar. Vamos alaranjar o Brasil!”, destacou.
     Secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe elogiou a atitude dos doadores. "Estamos falando de uma ação que é um verdadeiro ato de solidariedade. Uma doação sem querer nada de volta. Vemos o número de pessoas que se beneficiam desse ato de solidariedade, e como estas iniciativas de mobilização são necessárias", afirmou.

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