sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A relação do Lisboa com a esquerda

    Por Almeida dos Santos

    Parte dos partidos que fazem oposição ao governo Rogério Lisboa (PP) se colocaram nesta condição em razão do próprio prefeito, que venceu a eleição contra Bornier no primeiro e segundo turno, provocar as rupturas nas alianças ou mesmo criar os obstáculos na manutenção delas. Rogério é do tipo que prefere as relações pessoais com os políticos do que com as instituições partidárias.
    Vejamos a relação que ele teve com o PT nas eleições de 2016 e a que ele mantém hoje, já que o partido se colocou como seu adversário e lançando a candidatura do Berriel para disputar as eleições de 2020. O PT, em 2016, indicou o vice de Rogério Lisboa e teve um papel fundamental para o prefeito. No entanto a relação de Lisboa com a legenda não ultrapassou sequer a manutenção de alguns quadros do partido no seu governo, com alguns deles até mesmo deixando o PT, como o caso do vice-prefeito Carlos Ferreira. as justificativas do PT de lançar candidatura própria ou até mesmo vir a apoiar um outro candidato num eventual segundo turno tem como origem a importância que Lisboa não deu ao partido, mas sim algumas personalidades que estavam no PT. Rogério construiu o seu governo criando laços com pessoas e não com as instituições partidárias.
    O que ocorreu com o PT não foi muito diferente do que aconteceu com o PCdoB.  A legenda era base de apoio por causa de um grupo capitaneado por Fernando Cid e não por causa da legenda. E tanto foi e é assim que o próprio PCdoB não se viu contemplado com uma aliança que acabou rompendo relação com o prefeito que desdenhou da legenda que um dia montou o seu palanque. Nesse caso, Cid saiu do PCdoB e permaneceu no governo e o próprio PCdoB ficou evidente que nunca esteve no governo, exceto pela relação pessoal do Fernando Cid com o prefeito.
      As relações com os partidos revelam um pouco a história política do prefeito, desde quando iniciou a carreira política. Oriundo do PDT, que foi a sua primeira agremiação partidária, nos último tempos Rogério Lisboa passou pelo PFL que virou DEM. Saiu do DEM e foi para o PR, O PR voltou a ser PL, mas Lisboa foi agora para o PP. 
    Rogério nunca deixou de ser o mesmo em que tem relação dificultosa de diálogo com a esquerda. E como disse, ele por ocasião pode se aliançar às pessoas que militam na esquerda, mas não mantém vínculos com os partidos de esquerda. Talvez a primeira proximidade que ele teve com a esquerda foi quando Lindbergh Farias (PT) foi prefeito da cidade. Fora essa relação o PT nunca manteve qualquer outra proximidade e a debanda do governo foi por não ter e sentido contemplado, isso nem mesmo tendo indicado o  vice nas eleições de 2016. Mas é bom lembrar que foi a militância da esquerda nas ruas que colaborou, e muito, a levar Rogério Lisboa ao primeiro lugar, tanto no primeiro quanto no segundo turno de 2016. 
    

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