sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Se fizer o mesmo terá o mesmo resultado

Por Almeida dos Santos

    Uma das maiores dificuldades que o prefeito Rogério Lisboa teve no início da sua primeira gestão era alguém que fizesse o chamado "meio-campo" do governo na Câmara. É bom lembrar que o primeiro a exercer essa função foi o então secretário de Governo, Cleiton Rodrigues, que logo depois de muitos atritos internos deixou o cargo, ficou no "vinagre", e depois foi ser o chefe de gabinete do então empossado governador Wilson Witzel (PSC).
    Quando o Cleiton deixou o cargo no governo, o líder na Câmara era o vereador Alexandre da Padaria (PSD), um novato que na época tinha dificuldades de lhe dar com a situação e a experiência dos vereadores mais antigos. E olha que naquele primeiro ano da administração o prefeito não tinha nenhuma dificuldade na Casa.
    Sabendo que o seu segundo mandato será bem diferente, inclusive com a crise que o prefeito vem tendo com aliados com mais musculatura política, Rogério Lisboa preferiu escolher alguém com mais experiência, por isso o vereador Maurício Morais (Avante) vai ex
ercer o cargo de líder. 
    Maurício já presidiu a Câmara de Vereadores e hoje está no seu sexto mandato, tendo a experiência de ter convivido em diversas características pelas quais o parlamento municipal já passou. É o mais experiente da Casa e muitas vezes dá dicas até aos novatos.
    Mas com apenas 11 vereadores, o que faz dessa Câmara Municipal ser um das mais enxutas e com o maior orçamento dos últimos anos (R$ 25 milhões), Maurício tenderá a ajudar o novo presidente, Dudu Reina (PDT), sobre questões ligadas à administração da Casa, afinal ele já passou por essa experiência. Notem que escrevi ajudar e não decidir.
    Já o vereador Dudu Reina precisa olhar bem para um Legislativo que ao longo dos anos vem acumulando um desgaste nas relações institucionais. Um exemplo disso é a própria relação da Casa com a imprensa local, sobretudo pelo papel que exerce na cobertura da política da cidade. É bom lembrar que o fato de presidir o Legislativo tão desgastado vai requerer dele um comportamento diferenciado dos presidentes de gestões passadas. O mundo mudou e a relação das instituições locais devem desempenhar novos papeis no que se refere a buscar desmistificar e mudar a imagem da Câmara.
    Estou caminhando para quase três décadas de acompanhamento da Câmara. Conheço um pouco dela e posso dizer que tudo favorece para que o parlamento municipal mude, mas é claro que se continuar com o mesmo comportamento os resultados serão os mesmos. É tão simples que posso dizer que não adianta fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. A Câmara precisa mudar, mas não adianta só pensar quando se pode fazer. 

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