quarta-feira, 30 de setembro de 2020
Alerj realizou sessão solene em memória do deputado João Peixoto
Deputado João Peixoto morre vítima de complicações com a COVID-19
terça-feira, 29 de setembro de 2020
Cultura em foco
PROJETO GARANTE MAIOR TRANSPARÊNCIA NAS CONTAS DE ÁGUA
As empresas prestadoras de serviço de abastecimento de água podem ser obrigadas a informar, nas faturas de cobrança, a sequência numérica do hidrômetro antes de aferição do consumo mensal. A determinação é do projeto de lei 1.370/16, do deputado Thiago Pampolha (PDT), que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) votará em segunda discussão nesta quarta-feira (30/09).
Pampolha explica que atualmente a aferição do consumo de água é feita através do hidrômetro, que tem uma sequência numérica que registra o consumo acumulado em metros cúbicos. “Assim, para se chegar à quantidade de água consumida em determinado mês, o prestador do serviço realiza a cada mês a leitura da ordem sequencial registrada no hidrômetro, de modo que a diferença entre o número sequencial do mês atual em relação ao mês anterior corresponde à quantidade de metros cúbicos de água consumidos durante o mês em questão”, explicou o parlamentar. Em caso de descumprimento, as empresas poderão sofrer sanções previstas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
ALERJ ELEGE CINCO DEPUTADOS PARA TRIBUNAL MISTO QUE JULGARÁ IMPEACHMENT DE WITZEL
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) elegeu, nesta terça-feira (29/09), os cinco deputados estaduais para compor o tribunal misto de julgamento que avaliará o impeachment do governador afastado Wilson Witzel. Foram eleitos Alexandre Freitas (Novo), com 55 votos; Chico Machado (PSD), com 54 votos; Waldeck Carneiro (PT), com 51 votos; Dani Monteiro (PSol), com 37 votos e Carlos Macedo (REP), com 34 votos. Os parlamentares eleitos formarão o colegiado junto com outros cinco desembargadores que foram sorteados na segunda-feira (28/09) pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
O deputado Anderson Moraes (PSL) também recebeu 34 votos, mas o eleito foi Carlos Macedo pelo critério de desempate, que considera o vencedor o parlamentar mais velho. O resultado da votação será comunicado ainda nesta terça-feira ao TJRJ e a instalação do Tribunal Misto deverá acontecer na próxima sexta-feira (02/10). Ao todo, nove deputados concorreram às cinco vagas e 67 parlamentares votaram. A votação foi nominal e cada um dos deputados teve que escolher cinco nomes diferentes entre os candidatos ou se abster da votação.
Mais votado, o deputado Alexandre Freitas declarou que esta é uma triste história para o Estado do Rio. “Nos vemos obrigados a julgar um governador, que se elegeu com discurso de nova política e de probidade, justamente por crime de responsabilidade, oriundo de irregularidades cometidas em meio à pandemia. É uma missão triste, porém necessária. Será uma honra representar a Alerj e o cidadão fluminense no tribunal misto”, disse Freitas, que agradeceu aos colegas por o elegerem.
O segundo mais votado, deputado Chico Machado, também foi o presidente da Comissão Especial da Alerj que acompanhou o processo de impeachment de Witzel. “Fizemos todo o processo respeitando os trâmites legais e os entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF). Vou colaborar com o tribunal misto com muita responsabilidade e sempre respeitando o direito à ampla defesa do governador afastado”, ressaltou.
Única parlamentar mulher eleita para compor o tribunal, Dani Monteiro afirmou que seu compromisso será com a população mais pobre e vulnerável do estado. “Eu sou a única representante mulher e negra da Alerj nesse tribunal. Me sinto muito preparada para cumprir essa tarefa e tenho certeza que vou representar bem o campo da oposição ao governo, mas antes disso vou representar a Alerj, garantindo sempre um processo que respeite o direito ao voto popular que foi conferido ao governador. Após esse processo, a expectativa é que a democracia e as instituições saiam fortalecidas e não enfraquecidas em disputas internas entre os poderes. Essa é minha missão nesse tribunal”, declarou a parlamentar.
Composição do tribunal
Além dos cinco deputados eleitos nesta terça-feira, o TJRJ já havia definido, por meio de sorteio, os cinco desembargadores que farão parte do tribunal. São eles: Teresa de Andrade Castro Neves, José Carlos Maldonado de Carvalho, Maria da Glória Bandeira de Mello, Fernando Foch de Lemos Arigony da Silva e Inês da Trindade Chaves de Melo. O Tribunal Misto definirá os próximos rumos do processo de impeachment de Witzel, como o afastamento por 180 dias do cargo e a própria perda de mandato por crime de responsabilidade. O colegiado será presidido pelo presidente do TJRJ, desembargador Cláudio Mello de Tavares.
Entenda o processo
O processo contra Witzel é baseado em supostos desvios financeiros na área da Saúde durante a pandemia de coronavírus, sobretudo a requalificação da Organização Social de Saúde (OSs) Unir Saúde e as irregularidades na construção de hospitais de campanha junto ao Instituto Iabas. Investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) apontam que as duas OSs são controladas pelo empresário Mário Peixoto e que o mesmo também teria feito depósitos de R$ 500 mil, através do pagamento de honorários, à primeira-dama Helena Alves Brandão Witzel. Segundo as investigações, os depósitos foram feitos pela empresa DPAD Serviços Diagnósticos LTDA, controlada por Peixoto. Witzel nega as acusações. No entanto, a Alerj aprovou por unanimidade – foram 69 votos favoráveis - o prosseguimento do processo de impeachment na última quarta-feira (23/09). Witzel também está afastado cautelarmente do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), desde o dia 28 de agosto.
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
Nova Iguaçu tem 27 diretórios partidários
Hoje são 27 diretórios partidários registrados em Nova Iguaçu. Eles representam duas vezes e meia o número vereadores na Câmara Municipal para a próxima legislatura, que serão 11. Publico, abaixo, os partidos e os seus respectivos números. Vejamos:
Republicanos - o número da legenda é 10
Progressistas (PP) - o número da legenda é 11
Partido Democrático Trabalhista (PDT) - o número da legenda é 12
Partido dos Trabalhadores (PT) - o número da legenda é 13
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - o número da legenda é 14
Movimento Democrático Brasileiro (MDB) - o número da legenda é 15
Partido Social Libral (PSL) - o número da legenda é 17
Rede Sustentabilidade (Rede) - o número da legenda é 18
Podemos (Pode) - o número da legenda é 19
Partido Social Cristão (PSC) - o número da legenda é 20
Partido Liberal (PL) - o número da legenda é 22
Cidadania (Cidadania) - o número da legenda é 23
Democratas (DEM) - o número da legenda é 25
Democracia Cristã (DC) - o número da legenda é 27
Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PTB) - o número da legenda é 28
Partido d Mobilização Nacional (PMN) - o número da legenda é 33
Partido da Mulher Brasileira (PMB) - o número da legenda é 35
Partido Trabalhista Cristão (PTC) - o número da legenda é 36
Partido Socialista Brasileiro (PSB) - o número da legenda é 40
Partido Verde (PV) - o número da legenda é 43
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) - o número da legenda é 45
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) - o número da legenda é 50
Patriota (PATRI) - o número da legenda é 51
Partido Social Democrático (PSD) - o número da legenda é 55
Partido Comunista do Brasil (PCdoB) - o número da legenda é 65
AVANTE (AVANTE) - o número da legenda é 70
SOLIDARIEDADE (Solidariedade) - o número da legenda é 77
Partido Republicano da Ordem Social (PROS) - o número da legenda é 90
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE
Rosangela Gomes da início a sua campanha à prefeita de Nova Iguaçu
Max Lemos busca fé e proteção no seu primeiro dia de campanha
Setembro Azul: Comissões da ALERJ debatem cidadania e acessibilidade de surdos
“Não é mais desculpa dizer que não há regulamentação. O Ministério do Trabalho já fez isso. Temos tudo para promover a acessibilidade”, disse o presidente da Associação de Tradutores, Intérpretes e Guia-Intérpretes de Línguas de Sinais do Estado do Rio de Janeiro (Agite-RJ), Lenildo Souza.
Fonte: Assessoria de Imprensa da ALERJ
Patrimônios dos candidatos à Prefeitura
Aqui estão algumas informações prestadas pelos candidatos a prefeito sobre as respectivas listas de bens entregues à Justiça Eleitoral. A comparação delas (montantes) mostra uma espécie de desproporcionalidade que faz parecer que uma professora tenha um patrimônio maior que o do prefeito em exercício. Na próxima postagem apresentaremos os patrimônios dos candidatos a vice. Mas o que dá para perceber, no caso dos candidatos à Prefeitura de Nova Iguaçu, é que por exemplo, a Professora Leci (PSOL) declarou a aquisição de um imóvel financiado em 36 vezes no valor de R$ 190 mil. Já o prefeito Rogério Lisboa declarou possuir bens no montante R$ 15.776,98. Vejamos, então, os montantes declarados e que aparecem nas listas de bens
Berriel (PT) disse possuir um total de bens na ordem de R$ 251.654,30.
Delegado Carlos Augusto declarou (PSD) declarou ter um patrimônio avaliado de R$ 863.232,48
Dr. Letinho (PSC) informou que possui um patrimônio de R$ 530.072,87
Luiz Novaes (PSB) informou à Justiça Eleitoral possuir um patrimônio de R$ 2.154.275,63
Marcelo Lajes (PRTB) declarou que o seu patrimônio é de R$ 85.239,85
Max Lemos (PSDB) informou que possui um patrimônio R$ 909.810,69
Professora Leci (PSOL) disse possuir uma apartamento financiado em 36 vezes no valor total de R$ 190 mil
Robson Paz (REDE) aparece com nenhum bem cadastrado.
Rogério Lisboa (PP) aparece com um patrimônio de R$ 15.776,98
Rosângela Gomes (Republicanos) com um patrimônio de R$ 78.390,88
domingo, 27 de setembro de 2020
Sobre os planos de Governo
Durante essa semana pretendo apresentar os planos de governos dos candidatos. Assim cada leitor poderá ter uma noção da visão que cada candidato possui de Nova Iguaçu e o que eles propõem para mudar.
Interessante
No Programa de Governo do candidato a prefeito Delegado Carlos Augusto (PSD) existem 12 metas para as ações governamentais, caso eleito, no que se refere à Segurança e Ordem Pública. Para a Ação Social as metas são só 5, para a Cultura são só 6 e para Educação só 6. É, né!
sábado, 26 de setembro de 2020
Candidato quer Quartel General em Nova Iguaçu
Tendo como vice o Igor Porto na chapa que vai disputar Prefeitura de Nova Iguaçu, o Delegado Carlo Augusto (PSD), candidato a prefeito, parece que incorporou mesmo o papel de "chefe da guarda". Ele, que era aliado do prefeito Rogério Lisboa (PP) mas resolveu romper as relações políticas mesmo quando indicou Porto para ser o secretário municipal de Segurança, se eleito, diz que vai criar um Quartel General municipal. Isso mesmo! No Plano de Governo 2020 entregue à Justiça Eleitoral, o Delegado Carlos Augusto propõe criar o Quartel General da Guarda Municipal de Nova Iguaçu. Então tá, né!
Nomes de candidatos a prefeito(a) já estão no TSE
Por Almeida dos Santos
Nessas eleições a cidade de Nova Iguaçu conta com 10 candidatos. Os pedidos dos registros já aprecem no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os nomes das candidaturas são esses: Berriel (PT), Delegado Carlos Augusto (PSD), Dr. Letinho (PSC), Luiz Novaes (PSB), Marcelo Lajes (PRTB), Max Lemos (PSDB). Professora Leci (PSOL), Robson Paz (REDE). Rogério Lisboa (PP) e Rosângela Gomes (Republicanos).
A partir de hoje traremos mais informações sobre o que esses candidatos (as) apresentaram ao TSE, como, por exemplo, o patrimônio deles e os seus respectivos planos de governo. Fiquem atento no blog Notícias o Bastidor para saberem um pouco mais sobre eles.
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
O conservadorismo do voto iguaçuano 2
Fique por dentro sobre o HGNI
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
O conservadorismo do voto iguaçuano
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
ALERJ APROVA PROSSEGUIMENTO DE IMPEACHMENT DE WITZEL POR UNANIMIDADE
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, por unanimidade - 69 votos favoráveis -, nesta quarta-feira (23/09), o projeto de resolução 433/20, que autoriza o prosseguimento do processo de impeachment do governador Wilson Witzel. Esta foi a primeira sessão de impeachment na história do Legislativo fluminense. A denúncia de crime de responsabilidade, baseada em supostos desvios financeiros na área da Saúde, será encaminhada ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ), que formará um tribunal misto de julgamento - composto por cinco deputados e cinco desembargadores - e definirá os ritos finais do processo com base na Lei Federal 1.079/50.
A resolução será promulgada pelo presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), e publicada no Diário Oficial do Legislativo desta quinta-feira (24/09). Witzel será afastado por 180 dias após a denúncia ser recebida pelo tribunal misto de julgamento.
O projeto aprovado é baseado no relatório do deputado Rodrigo Bacellar (SDD), aprovado pela Comissão Especial da Alerj que analisou o pedido de impeachment, na última quinta-feira (17/09). Durante a sessão plenária desta quarta-feira, que durou mais de sete horas, 28 deputados discursaram. Witzel preferiu fazer sua própria defesa por videoconferência.
A sessão foi semipresencial, com 45 deputados participando do Plenário e outros 24 de forma virtual. O deputado João Peixoto (DC) está licenciado por problemas médicos. O presidente André Ceciliano comandou os trabalhos e ressaltou que todo o trâmite respeitou decisões judiciais e foi baseado em entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ceciliano também afirmou que Witzel teve amplo direito à defesa. “Este não é um dia feliz para o Estado do Rio. Não temos como comemorar o fato de um governador eleito ser afastado do cargo por ter traído a confiança de milhões de eleitores que o escolheram de forma democrática”, destacou o presidente.
Defesa de Witzel
O governador Witzel falou durante uma hora e nega todas as acusações. Witzel já havia enviado sua defesa à Alerj com uma petição de 40 páginas e mais de 400 folhas de documentos anexos. Durante a sessão, afirmou que é vítima de linchamento moral e pré-julgamento. “Com essa decisão do parlamento nós estamos matando a nossa democracia, o bem mais preciso e mais caro do estado democrático de direito. Até o presente momento não pude fazer o meu amplo direito de defesa”, afirmou Witzel.
Ele afirmou ainda que não abrirá mão de seu mandato e sua defesa. E que "o erro será reparado" em julgamento técnico no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Não apareceu nada que possa dizer que, minimamente, eu tenha dado orientações para fraudar a Saúde. E é assim que estou sendo julgado e linchado politicamente, de forma muito triste que a história há de reparar", disse.
O presidente Ceciliano respondeu às críticas contra o Parlamento, reafirmando que o governador teve amplo direito de defesa na Casa. “Não atropelamos o processo. O governador teve amplo direito de defesa. Recorreu ao TJ, recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), questionando a formação da comissão. Os trabalhos chegaram a ser interrompidos até a nova decisão daquela Corte. No fim, ficou claro que havíamos feito tudo de forma correta”, lembrou.
Em seu discurso, Ceciliano também ressaltou que o Parlamento Fluminense é o mais produtivo do país e que a Alerj não mede esforços em economizar recursos e destiná-los para melhor atender à população. Por fim, o presidente da Alerj reafirmou seu compromisso com o Estado do Rio e com a governabilidade do governador em exercício, Cláudio Castro.
“Da minha parte, o Cláudio Castro sabe que tem um aliado. Não dele, Cláudio, mas do Estado do Rio de Janeiro, da governabilidade. Não farei nenhuma indicação - nem técnica, nem política - a ele. Não quero nada do governo. Só quero que ele nos devolva nosso apoio através de projetos, trabalho, eficiência, transparência, emprego, segurança, educação, com respeito ao dinheiro público e às pessoas”, concluiu.
Denúncia
A denúncia contra Witzel foi protocolada pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB, sendo baseada em supostos desvios financeiros cometidos pelo governador na área da Saúde, sobretudo junto a Organizações Sociais de Saúde (OSs) e na construção de hospitais de campanha para combate à pandemia do coronavírus. A denúncia teve como base as Operações Favorito e Placebo do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF).
O relatório aprovado pela comissão e ratificado pelos deputados da Alerj na sessão desta quarta ressalta, principalmente, a relação entre o governo Witzel com duas organizações sociais: Unir Saúde e Iabas. O relatório pontua a confusão existente entre os reais proprietários das duas empresas, uma vez que as investigações realizadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal afirmam que ambas seriam na verdade controladas pelo empresário Mário Peixoto. O relatório também cita que investigações dos órgãos federais e a denúncia protocolada na Alerj apontam indícios de recebimento de vantagens indevidas por Witzel através do pagamento de honorários à sua esposa, Helena Alves Brandão Witzel. Nesse sentido, as investigações apontam que a primeira dama teria sido contratada por cerca de R$ 500 mil pela DPAD Serviços Diagnósticos LTDA, empresa que seria controlada, segundo as investigações, por operadores ligados à Mário Peixoto.
Especificamente sobre a Unir Saúde, o relatório ressalta a controversa requalificação da organização social, que havia sido desqualificada por resolução conjunta das Secretarias de Estado de Saúde e da Casa Civil, em outubro de 2019. Já com relação ao Instituto Iabas, o relatório levanta a questão de irregularidades sobre a construção dos hospitais de campanha para o combate da pandemia de coronavírus. O documento relacionou indícios do Ministério Público Federal de suposta existência de orçamentos fraudados para serviços de montagem e desmontagem de tendas, instalação de caixas d'água, geradores de energia e piso para a formação da estrutura dos hospitais de campanha. Leia a íntegra do relatório aqui.
Opinião dos deputados
Deputados de diferentes correntes partidárias discursaram no plenário. Coautora da denúncia do impeachment, a deputada Lucinha enfatizou que o pedido protocolado contra Witzel foi bem fundamentado. "A maioria desta Casa entendeu que é preciso esclarecer o que está acontecendo. Demos entrada no processo porque tínhamos conhecimento de que Witzel estava cometendo crime de responsabilidade contra a população do Estado do Rio. Ele é um juiz que não tem juízo. Desviou recursos que eram para ser usados na compra de respiradores e na construção de leitos de UTI. As pessoas morreram em casa porque não tinham acesso à UTI, pelo descaso do Estado", lamentou a parlamentar.
Dani Monteiro (PSol) reforçou que seu partido sempre foi contrário ao governo Witzel. "Este é um dia grave e histórico no Parlamento Fluminense. Sempre fui oposição à necropolítica do governador. Queria dedicar meu voto aos jovens mortos pelo Estado a partir da política de insegurança que foi implantada. Para o PSol, este seria, por si só, um motivo de impeachment. Para piorar, mais uma vez o estado está afundado em corrupção. Logo o juiz que se elegeu dizendo que iria moralizar a política", afirmou a parlamentar.
Já o deputado Rodrigo Amorim (PSL) disse que, apesar de ter apoiado a eleição de Witzel, é um parlamentar independente. "Em 2018, quando velhas figuras se apresentavam, tínhamos um juiz federal com um discurso de mudança. No campo pessoal e institucional, fui um dos que colaboraram e fizeram essa ligação de Witzel com a população nas ruas. Não me eximo da responsabilidade, mas naquela eleição os rumos do Rio poderiam estar sendo mudados. Sempre fui independente, votei a favor da rejeição das contas do governo e sempre tive a independência para votar de acordo com as minhas convicções como acontece neste momento. Não podemos aceitar a corrupção", declarou Amorim.
O deputado Chicão Bulhões (Novo) destacou a unanimidade do Parlamento em apoiar o impeachment. "Esta Casa não aceita mais uma forma de operar a política que a população do Rio já disse mais de uma vez que está exausta, que não aguenta mais. A população quer novos ares e isso não significa só novos nomes. A população quer novas práticas. Vivemos uma crise de liderança que vem se manifestado em sucessivos governos e esse não foi diferente. Todos os indícios apontam para as relações espúrias deste governador antes das eleições. A forma como ele chegou ao poder mostra as dívidas que ele fez com o grupo político que quer mais uma vez assaltar o Rio de Janeiro", afirmou.
Outro que discursou foi Carlos Minc (PSB), que é o deputado com mais mandatos no Parlamento Fluminense. "É muito triste que esta corrupção de vários governos tenha, neste momento, se concentrado na área da Saúde, justamente em uma pandemia. Isso é muita irresponsabilidade. O pior é que, depois do relatório, já aconteceram vários outros fatos. A criatividade de quem faz o mal é assustadora", concluiu.
Trâmite do processo
A abertura do procedimento para apuração de crime de responsabilidade do governador Wilson Witzel ocorreu durante sessão plenária no dia 10 de junho, com a aprovação unânime dos deputados. Na prática, a abertura do processo poderia ser uma decisão exclusiva do presidente da Casa, que preferiu consultar seus pares. Após a abertura, foi instalada no dia 18 de junho a comissão para analisar o pedido de impeachment e a denúncia protocolada pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha.
O grupo, composto por 25 deputados, de todos os partidos com representação na Casa, foi validado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no dia 28 de agosto, após o rito do impeachment ter sido suspenso pelo presidente do STF, Dias Toffoli, no dia 27 de julho, que atendeu ao recurso da defesa questionando a formação da comissão especial. Na última quinta-feira (27/09), a comissão aprovou parecer favorável ao prosseguimento do impeachment, decisão que foi ratificada nesta quarta em plenário.
O trâmite segue os ritos da Lei Federal 1.079/50, que regulamenta o julgamento de crimes de responsabilidade, e a interpretação do próprio STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 378, que orientou o rito de impeachment da presidente Dilma Roussef, em 2016.
Atualmente, Witzel já está afastado cautelarmente do cargo por decisão do STJ, após deflagração da Operação Tris In Idem, no último dia 28 de agosto. Com a aprovação do prosseguimento do processo de impeachment pela Alerj, a denúncia seguirá para o TJRJ e somente após o tribunal misto de julgamento aceitá-la que Witzel ficará duplamente afastado - pelo inquérito que responde no STJ e pelo processo de impeachment.
Próximos passos do processo de impeachment
1- O resultado da votação em Plenário é publicado no Diário Oficial do Legislativo;
2 - O Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ) é comunicado para dar início à formação do tribunal misto;
3 - Este tribunal será formado por cinco deputados - eleitos pela Alerj - e cinco desembargadores - eleitos por sorteio com critérios definidos pelo TJRJ;
4- Após o Tribunal Especial Misto receber a denúncia começa uma nova etapa, onde o governador é afastado por até 180 dias enquanto o tribunal analisa a questão. O presidente do TJRJ terá voto de minerva caso haja empate sobre o impeachment no tribunal misto.
Pega a visão...
Nova Iguaçu é a maior cidade em extensão territorial da Baixada Fluminense, com 520,581 Km². A população ultrapassou a marca de 823.302 habitantes. Há uma área de preservação enorme e uma densidade populacional tamanha, mas apesar disto deixaram a cidade para ter apenas 11 vereadores. A minha única dúvida agora é se a partir de janeiro deveremos chamá-los de vereadores, donatários ou senhores feudais!
Votação do impeachment do governador Wilson Witzel acontece hoje
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vota nesta quarta-feira (23/09), em sessão ordinária a partir das 15h, o Projeto de Resolução 433/2020, que autoriza o prosseguimento do processo de impeachment do governador Wilson Witzel. A proposta é baseada no parecer do relator, deputado Rodrigo Bacellar (SDD), aprovado pela Comissão Especial da Alerj sobre o tema na última quinta-feira (17/09). A sessão será semipresencial, com deputados participando de forma on-line ou presencialmente no Plenário Barbosa Lima Sobrinho.
Caso dois terços dos parlamentares - o equivalente a 47 deputados - votem favoráveis ao impeachment, a denúncia será encaminhada ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ), que formará um tribunal misto de julgamento - composto por cinco deputados e cinco desembargadores - e definirá os ritos finais do processo com base na Lei Federal 1.079/50. Witzel será afastado por 180 dias após a denúncia ser recebida pelo tribunal misto de julgamento.
Dinâmica da sessão
O presidente, deputado André Ceciliano (PT), abre a sessão e dá a palavra a cada um dos 25 partidos, que terão até uma hora para debater o tema. Ao fim das discussões, o governador e a defesa poderão falar por até uma hora. Em seguida, inicia-se a votação aberta, conforme determina o STF.
Alerj aprova regulamentação de atividades culturais na modalidade "drive-in"
terça-feira, 22 de setembro de 2020
Candidata a prefeita, deputada Rosângela Gomes fala ao Blog
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu comemora sucesso de exposição
Por Claudia Maria
A Revista Museu, de Brasília, repercutiu a inauguração da exposição "A Cultura Tupi nas terras de Guaguassu". A exposição traz muito da história da Baixada Fluminense. O horário de visitação é de terla a sexta das 10h às 19h e sábados das 10h às 18h. Vale a pena conferir.
COMISSÕES DA ALERJ DEBATEM CARGOS DE ESPECIALISTAS DA FAETEC
Entrevista com presidentes de partidos
Por Claudia Maria
Hoje trazemos entrevista com o vereador Fernandinho Moquetá, presidente do PL, experiente de vários mandatos, ele faz uma análise das eleições desse ano.
Blog – Como você avalia essas eleições?
Fernandinho - Vou ser
muito sincero. Acredito que o Supremo Tribunal podia ter interferido junto ao
Congresso para que não tivesse eleição esse ano. Não temos condições de
realizar uma eleição como deve ser. Eleição costuma ser disputada nas ruas, no
olho a olho, no aperto de mão. Não estou falando isso porque teria mais dois
anos de mandato. Acho que foi um deserviço. A eleição só deveria acontecer em
2022, verticalizar. O Supremo Tribunal Eleitoral para fazer uma media mudou de
outubro para novembro. O que adiantou isso?
Blog – Por que as pessoas deveriam votar em você?
Fernandinho – No meu primeiro mandato Deus me deu 2 mil 334
votos. No segundo 3 mil e 600 votos, no meu terceiro 5 mil e 300 votos. Dos
quase 10 mil votos para deputado estadual eu tive quase 7 mil em Nova Iguaçu.
Então só por esse histórico já demonstra que eu tenho o respaldo dos eleitores
de Nova Iguaçu. Meu trabalho é junto aos eleitores. Meu gabinete é o GPP,
Gabinete Popular da Padaria, onde eu atendo há mais de 10 anos todos os dias.
Eu sou aquele vereador que está direto com a população e você sabe que a
eleição mais difícil é a de vereador e ninguém me convence que essa eleição se
ganha sem se olhar no olho das pessoas, tendo contato direto com as pessoas.
Ainda tem muita gente achando que pode ganhar eleição no
atacado. É a única que você não ganha no atacado é de vereador. É dia a dia. Os candidatos
que estão achando que tem zap de 4 a 5 mil pessoas que gravando lives, respeito
aqueles que fazem, mas se não tiver contato com o povo estão fora. Aqueles que acharam que podiam colocar o nome
depois do carnaval para ganhar eleição em outubro e não trabalharam, não vão a
lugar nenhum.
Se o Congresso e o Senado tivessem um pouco de bom senso
teriam verticalizado e deixado as eleições para 2022 junto com presidente,
governador e deputados. E chegaram a dizer que só colocassem mais candidatos
iria confundir o povo, é brincadeira né. Tudo eletrônico. Vamos ver o que acontece. Só tenho a dizer que de um jeito ou de outro estou nessa briga.
Quem sabe um dia!
Quem dera que no dia primeiro de janeiro de 2021 a cidade pudesse inaugurar um modelo mais participativo de gestão. Quem dera pudesse um modelo participativo implementado pudesse suprir a falta de diálogo sobre o futuro da cidade e que deveria ter acontecido no Poder Legislativo Municipal, que no contrapasso do crescimento diminuiu a representação do eleitor na estrutura da administração que seria pelo parlamento, mas que este está anos luz da realidade do que urge na cidade. Não falo aqui de conselhos. Falo de pesquisas de campo e conversas com os setores organizados. Seria muito interessante se a cidade fosse realmente construída e pensada por mais pessoas.
Coisas das redes...
Em uma das agendas, o candidato a prefeito Drº Letinho (PSC) percorreu as ruas do bairro Comendador Soares na tarde domingo. Já Max Lemos (PSDB) publicou na rede que visitou a Igreja do Evangelho Quadrangular em Riachão. Já o prefeito Rogerio Lisboa (PP) também mostrou trabalho... Publicou na sua conta no Instagran, à noite, uma foto espreguiçado na poltrona, vendo Netflix e comendo pipoca. É, né!
domingo, 20 de setembro de 2020
Eu já esperava
Em 10 de março deste ano, em nota que publiquei aqui, disse que desde quando cubro política o ex-deputado Cornélio Ribeiro sempre foi ventilado pré-candidato. E disse que a movimentação pré-eleitoral dele não foi diferente. Lá eu já imaginava que ele não seria candidato. O link abaixo prova isso:
https://noticiasobastidor.blogspot.com/2019/03/olha-ele-ai-outra-vez.html
Vai dar pano para manga
Nas redes sociais tem aparecido cada vez mais as mensagens de pessoas que seriam candidatas a uma vaga à vereança, sendo que em razão da redução do número de cadeiras na Câmara Municipal, elas deixarão de concorrerem por falta de vagas nas nominatas partidárias. Isso ainda vai render, como tenho escrito aqui. Nas eleições de 2022, caso algum vereador que tenha votado favorável à redução venha concorrer a algum cargo, tenha certeza que terá oponentes potenciais espalhados no município.
É bom ficar atento
Ecos para 2022
sábado, 19 de setembro de 2020
WhatsApp pró-ativo
Com o acirramento da disputa eleitoral, o uso desses mecanismos também servirá para que simpatizantes das campanhas possam, em tempo real, dizer o que viu da campanha do opositor e, neste caso, passar a informação para as coordenações de campanhas. E se isso não revela, ao menos indica que o monitoramento que um candidato terá do outro será quase que em tempo real, isso caso as campanhas orientem os seus simpatizantes a agirem desta maneira. Portanto, mais do que levar as propostas para os eleitores, o uso das contas no aplicativo também há de servir para o recebimento de denúncias, estas com fotos e vídeos, facilitando assim que um candidato fique na "cola" do outro e provocando os fiscais eleitorais do TRE para fiscalizarem a ação do oponente.
Não preciso dizer aqui que isso é só um pouco do que deve acontecer. Mas há outras situações em que essas contas podem levar. É bem verdade que elas deverão ficar vinculadas em grupos comuns de debates políticos da cidade. E, neste caso, a disputa também ficará acirrada lá.
sexta-feira, 18 de setembro de 2020
ALERJ: PUBLICADO PROJETO QUE DÁ CONTINUIDADE AO PROCESSO DE IMPEACHMENT DE WITZEL
Foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (18/09) o projeto de resolução 433/2020, que dá seguimento ao processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel. A matéria está na pauta da próxima quarta-feira (23/09). Para aprovação do projeto são necessários dois terços do total de deputados da Casa, ou 47 parlamentares. Na próxima semana será definida a dinâmica da sessão.
O chefe de estado...
Ando cá com os meus botões achando que o maior aliado do prefeito Rogerio Lisboa (PP) é o tal "estado de calamidade pública". Imagino até que o prefeito pode se apresentar para o mundo como um "Chefe de Estado"... Mas de "Estado de Calamidade Pública". Só falta querer levar isso para um segundo mandato, caso eleito. E não duvidem de acontecer.
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Fez por merecer!
Comissão da Alerj aprova prosseguimento do processo de impeachment de Witzel
Relatório aprovado por unanimidade (foram 24 votos favoráveis) será votado em plenário. Caso aprovada por 47 parlamentares, a denúncia seguirá para o TJRJ e Witzel será oficialmente afastado
A Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que analisou o pedido de impeachment do governador Wilson Witzel aprovou nesta quinta-feira (17/09), por unanimidade (foram 24 votos favoráveis), relatório pela admissibilidade da denúncia e a consequente autorização para prosseguimento do processo pela prática de crime de responsabilidade. A denúncia é baseada em supostos desvios financeiros cometidos por Witzel na área da Saúde, sobretudo junto a Organizações Sociais de Saúde (OSs) e na construção de hospitais de campanha para combate à pandemia do coronavírus. O parecer da comissão será publicado no Diário Oficial do Legislativo desta sexta-feira (18/09) e o projeto de resolução sobre o tema deverá ser votado em plenário até a próxima semana.
Caso dois terços dos parlamentares (o equivalente a 47 deputados) votem favoráveis ao impeachment, a denúncia será encaminhada ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ) e Witzel será afastado por 180 dias após a formação de um tribunal misto de julgamento - composto por cinco deputados e cinco desembargadores - que realizará o trâmite final do processo.
A reunião desta quinta ocorreu de forma semipresencial e em conformidade com os protocolos de segurança por conta da pandemia de covid-19. O encontro foi comandado de forma virtual pelo presidente do grupo, deputado Chico Machado (PSD), que não pode estar presencialmente no Plenário Barbosa Lima Sobrinho por estar se recuperando do coronavírus. “Durante todo o período respeitamos plenamente o direito de defesa de Witzel, bem como seguimos o trâmite legal do processo e a Constituição. Agradeço a todos os 25 partidos desta Casa e ao presidente André Ceciliano por sua conduta“, afirmou o deputado, que foi favorável ao documento elaborado pelo relator Rodrigo Bacellar (SDD). A comissão foi formada por 25 deputados de cada um dos partidos que compõem a Alerj.
Além de Chico Machado e Rodrigo Bacellar, todos os outros 22 integrantes da comissão presentes à sessão foram favoráveis ao relatório. São eles: Luiz Paulo (PSDB), Enfermeira Rejane (PcdoB), Dionísio Lins (PP), Renan Ferreirinha (PSB), Carlos Macedo (REP), Márcio Canella (MDB), Val Ceasa (Patriotas), Waldeck Carneiro (PT), Martha Rocha (PDT), Subtenente Bernardo (PROS), Brazão (PL), Marcus Vinícius (PTB), Léo Vieira (PSC), Alexandre Freitas (Novo), Eliomar Coelho (PSol), Marcos Abrahão (Avante), Marina Rocha (PMB), Valdecy da Saúde (PTC), Bebeto (Pode), Dr. Deodalto (DEM), Welberth Rezende (Cidadania) e Gustavo Schmidt (PSL). O deputado João Peixoto (DC) não participou da reunião – sendo o único que não votou - porque está licenciado devido a um problema de saúde.
Relatório
O relatório de 77 páginas, elaborado por Rodrigo Bacellar e lido na íntegra por ele durante a reunião, teve como base a denúncia de crime de responsabilidade por corrupção na área de Saúde protocolada, no dia 27 de maio, pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB. Para esclarecimento das denúncias, a comissão juntou documentos públicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e do Ministério Público Federal (MPF), além de solicitar dados à Comissão Especial da Alerj que acompanha a situação fiscal do estado durante a pandemia de coronavírus, e analisar a defesa de Wilson Witzel entregue à comissão no dia 02 de setembro.
Em seu parecer, Bacellar ressalta que todo o tempo se preocupou em não fazer juízo sobre a condenação ou absolvição do governador. De acordo com o parlamentar, os documentos mostram irregularidades e prejuízos ao erário público durante a prestação de serviços das organizações sociais Unir Saúde e Instituto Iabas. “Como se depreende dos fatos narrados, não é preciso muito esforço argumentativo para se concluir que a fraude em contratos administrativos e o prejuízo de milhões aos cofres públicos nada tem de honroso, probo ou digno e muito menos se norteia pela busca do interesse público, configurada em tese, portanto, a prática de crime de responsabilidade”, afirma, em seu relatório. Ainda segundo o documento, “os fatos demonstram a supremacia do interesse privado sobre o público, o descaso com a vida e o oportunismo com a desgraça”, ressalta.
Deputados
Um dos autores da denúncia e integrante do grupo, o deputado Luiz Paulo declarou que a corrupção não pode mais ser tolerada no Rio. "É chegada a hora de dar um basta na plutocracia corrupta do Estado do Rio. Esta união ilícita entre o público e o privado tem que acabar", afirmou.
Deputados de diferentes correntes ideológicas também defenderam o impeachment, inclusive o parlamentar Leo Vieira, que é do mesmo partido de Witzel. "Apesar de fazer parte do mesmo partido do governador, tenho total independência do meu mandato e voto favorável ao relatório", pontuou.
O deputado Renan Ferreirinha foi enfático: "Por mais que sua defesa insista, Witzel não é inocente". Ele afirmou que os péssimos serviços de saúde pública levaram muitas pessoas à morte. "Faltam recursos aonde abunda a corrupção. Já passamos de 17 mil vítimas fatais pela covid-19 em nosso estado. Quantas dessas pessoas ainda poderiam estar aqui?", concluiu.
Já Alexandre Freitas ressaltou que todo o exposto no relatório ainda será julgado no mérito pelo tribunal misto e que este processo é político-administrativo, o que o difere do processo penal que Witzel responde e não é inviabilizado pelo mesmo. "Chama atenção a muito provável participação do governador nos desvios financeiros. Estamos votando a admissibilidade da denúncia, que posteriormente deverá ser julgada no mérito. Todo processo feito por esta Casa foi correto. Nossa missão é ingrata, porém necessária para o Estado do Rio e a população fluminense", destacou.
Unir Saúde e Iabas
O relatório aprovado pela comissão ressalta principalmente a relação entre o governo Witzel com duas organizações sociais: Unir Saúde e Iabas. O relatório pontua a confusão existente entre os reais proprietários das duas empresas, uma vez que as investigações realizadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, nas Operações Placebo e Favorito, afirmam que ambas seriam na verdade controladas pelo empresário Mário Peixoto. O relatório também cita que investigações dos órgãos federais e a denúncia protocolada na Alerj apontam fortes indícios de recebimento de vantagens indevidas por Witzel através do pagamento de honorários à sua esposa, Helena Alves Brandão Witzel. Nesse sentido, as investigações apontam que a primeira dama teria sido contratada por cerca de meio milhão de reais pela DPAD Serviços Diagnósticos LTDA, empresa que seria controlada, segundo as investigações, por operadores ligados à Mário Peixoto.
Especificamente sobre a Unir Saúde, o relatório ressalta a controversa requalificação da organização social, que havia sido desqualificada por resolução conjunta das Secretarias de Estado de Saúde e da Casa Civil, em outubro de 2019. As pastas desqualificaram a organização por supostas ilegalidades após o término de processo administrativo, no qual foi garantido o direito à ampla defesa e ao contraditório, o que gerou a rescisão dos contratos de gestão vigentes e na reversão dos bens e dos valores entregues, tudo sem qualquer direito à indenização por parte da organização punida.
No entanto, Witzel requalificou a Unir Saúde no dia 23 de março deste ano. Segundo o relatório “o denunciado, sem fundamento legal idôneo, utilizando do poder discricionário de conveniência e oportunidade, deu provimento ao recurso administrativo interposto pelo Instituto Unir Saúde, revogando sua desqualificação, restituindo ao instituto todos os direitos e obrigações contratuais anteriores à sua desqualificação, bem como possibilitando a assinatura de novos contratos com o Estado do Rio de Janeiro”.
No relatório constam diversos documentos que levaram a Subsecretaria de Controle Interno e Compliance, da Secretaria de Saúde, a pedir a desqualificação da Unir Saúde, entre eles a existência de 19 processos punitivos abertos em face da organização social com temas variados, tais como déficit de profissionais, problemas na estrutura utilizada, problemas de transparência das despesas, ausência de atendimento a desempenho mensal mínimo e o não recolhimento de impostos. O relatório aponta ainda que as informações obtidas junto ao Portal da Transparência do Governo do Estado indicam ter havido pagamentos, em período no qual a Unir Saúde estava desabilitada, da ordem de R$ 26,9 milhões, o que, segundo o relatório, “indica a existência de fortes indícios de dano ao erário, uma vez que sequer se buscou proteger o Estado contra o direcionamento de dinheiro público por pagamentos de serviços que não vinham sendo prestados e que, portanto, geraram as mais graves punições à contratada”.
Já com relação ao Instituto Iabas, o relatório levanta a questão de irregularidades sobre a construção dos hospitais de campanha para o combate da pandemia de coronavírus. O documento levantou as provas do Ministério Público Federal de suposta existência de orçamentos fraudados para serviços de montagem e desmontagem de tendas, instalação de caixas d'água, geradores de energia e piso para a formação da estrutura dos hospitais de campanha. Segundo o MPF, Witzel teria o comando da estrutura que deu suporte às fraudes. O documento afirma que o Instituto Iabas deveria construir mais de 1.400 leitos em hospitais de campanha e que, somente após fatos repercutidos na imprensa, Witzel decretou a intervenção nos hospitais sob gestão do Iabas. Consta no relatório que “mesmo tendo havido o descumprimento na execução do contrato, amplamente veiculada, e que culminou com a mencionada intervenção, foram apurados pagamentos realizados pelo Governo do Estado ao Instituto Iabas da ordem de R$ 256,5 milhões”.
Defesa de Witzel
Os advogados de Witzel enviaram a defesa com uma petição de 40 páginas e mais de 400 folhas de documentos anexos no dia 02 de setembro. Os advogados afirmam que as denúncias seriam “especulativas, baseadas em matérias jornalísticas espetaculosas". Os advogados também criticam o inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra Witzel, decorrente das investigações dos órgãos federais, que levaram inclusive ao afastamento de Witzel pelo STJ no último dia 28 de agosto, após a deflagração da Operação Tris in Idem. Desde então, Cláudio Castro, então vice de Witzel, está atuando como governador interino. Sobre a requalificação da Unir Saúde, a defesa afirma que o objetivo foi a não paralisação de 10 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Já sobre Helena Witzel, os advogados afirmam haver criminalização da advocacia por parte da acusação.
No entanto, os argumentos de defesa não convenceram o relator do processo de impeachment e nem os deputados da comissão da Alerj. Rodrigo Bacellar afirmou, em seu relatório, que ao abrir mão de mecanismos de controle postos à disposição da administração para dar provimento a recurso contrário a todas as informações técnicas existentes, Witzel agiu dolosamente contra os interesses públicos e em benefício de interesses privados, o que, para o deputado, demonstra a justa causa para o prosseguimento do processo de impeachment. O parlamentar também indeferiu, em seu relatório, a produção de novas provas solicitadas pela defesa e ressaltou que a colheita de novas evidências deve ser feita na próxima etapa processual – no caso, a comissão mista a ser estabelecida pelo TJRJ.
Bacellar também é claro em seu relatório ao afirmar que o documento não trata do afastamento de Witzel, mas sim do prosseguimento da denúncia de crime de responsabilidade. Atualmente, Witzel está afastado cautelarmente do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Caso a Alerj aprove o parecer da comissão e após formação do tribunal misto de julgamento, Witzel ficaria duplamente afastado - pelo inquérito que responde no STJ e pelo processo de impeachment.
Leia a íntegra do relatório aprovado pela comissão aqui.
Trâmites do processo
A abertura do procedimento para apuração de crime de responsabilidade do governador Wilson Witzel ocorreu durante sessão plenária no dia 10 de junho, com a aprovação unânime dos deputados. Na prática, a abertura do processo poderia ser uma decisão exclusiva do presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), que preferiu consultar seus pares. Após a abertura, foi instalada no dia 18 de junho a comissão para analisar o pedido de impeachment e a denúncia protocolada pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha. O grupo, composto por 25 deputados, de todos os partidos com representação na Casa, foi validado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no dia 28 de agosto, após o rito do impeachment ter sido suspenso pelo presidente do STF, Dias Toffoli, no dia 27 de julho, que atendeu ao recurso da defesa questionando a formação da comissão especial.
O trâmite segue os ritos da Lei Federal 1.079/50, que regulamenta o julgamento de crimes de responsabilidade, e a interpretação do próprio STF na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 378, que orientou o rito de impeachment da presidente Dilma Roussef, em 2016.
Próximos passos do processo de impeachment
1- O resultado do parecer da comissão será publicado no Diário Oficial do Legislativo nesta sexta-feira (18/09);
2- A partir de segunda-feira (21/09) começa a contar prazo de 48h para o parecer ser inserido na pauta do Plenário da Alerj;
3- Contadas as 48h, o parecer já poderá ser votado na próxima quarta-feira (23/09);
4- A votação em plenário pode levar mais de um dia. Os deputados, no limite máximo de cinco por partido, podem discutir o parecer pelo prazo máximo de 1 hora. Sendo os questionamentos respondidos pelo relator. Encerrada a discussão será aberta a votação nominal;
5 - Para o prosseguimento do impeachment é necessária a aprovação de dois terços dos parlamentares, ou seja, 47 deputados. Após a votação em Plenário, o resultado é publicado no Diário Oficial do Legislativo;
6 - Se o resultado for pelo prosseguimento de impeachment do governador, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ) é comunicado para dar início à formação do tribunal misto;
7 - Esse tribunal será formado por cinco deputados - eleitos pela Alerj - e cinco desembargadores - eleitos por sorteio com critérios definidos pelo TJRJ;
8- A partir da formação do tribunal misto começa uma nova etapa onde o governador é afastado por até 180 dias enquanto o tribunal analisa a questão. O presidente do TJRJ terá voto de minerva caso haja empate sobre o impeachment no tribunal misto.