sexta-feira, 12 de abril de 2019

Marcus Monteiro esclarece sobre a Lei da Tia Ju

Com conhecimento profundo em História, o secretário de Cultura de Nova Iguaçu, Marcus Monteiro, esclarece sobre a Lei de autoria da deputada estadual Tia Ju, ela que declara como patrimônio histórico e cultural do Estado o chamado Cemitério dos Escravos, situado em Tinguá. Vejamos o que diz o especialista na área:

     "Projeto de Lei 4373/2018, de autoria da deputada Tia Ju, que declara o Cemitério dos Escravos da antiga Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú, Patrimônio Cultural de Natureza Material, não gera efeito algum. O referido cemitério, tido como "dos escravos" já é tombado pelo Estado, por meio do Inepac, desde 08-04-1983 (Proc. E-03/02-453/1978).
    Além disso, cumpre esclarecer que o aludido cemitério nunca foi um "cemitério de escravos". A antiga Vila de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú possuía desde 1730 um cemitério pertencente a irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, que é justamente aquele que hoje é tido como dos "brancos", próximo à torre sineira da igreja de Nossa Senhora da Piedade. O tal "dos escravos" é mais recente, passando a funcionar pelos anos de 1870 e recebe enterramentos até hoje. A confusão foi gerada pela fato de ter sido construído numa elevação conhecida como "Morro do Quilombo" e também, após a transferência da sede da Vila de Iguassú para Maxambomba, pelo fato de receber enterramentos de pessoas pobres e indigentes, muitas das quais, ex-escravos. Seguem duas fotos antigas do meu acervo pessoal, a primeira do cemitério da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, e a segunda da escadaria do cemitério da Vila de Iguassú. A atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura está planejando recuperar estas relíquias históricas da cidade de Nova Iguaçu"

Fotos do acervo do Marcus Monteiro 



Marcus Monteiro hoje secretário de Cultura de Nova Iguaçu, ele é historiador, colecionador e curador de arte do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. Marcus também foi diretor do Instituto do Patrimônio Cultural (INEPAC)

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