Antes do Orçamento Municipal ter sido aprovado pela Câmara Vereadores, por muitas vezes escrevi sobre os parcos recursos destinados à Cultura. Mas nada adiantou e ele foi aprovado sem sequer haver um debate amplo na Casa ou coisa assim. Isso me preocupa muito, não apenas não ter sido aprovado sem as emendas para a Cultura. Esse é só um detalhe. Poderia haver emendas para outros setores ou áreas. O que me assusta é que o Orçamento foi aprovado sem um amplo debate com a população ou, quem sabe, sem as emendas e discussões na Câmara de Vereadores. Não estou falando de Orçamento Participativo não. O nosso amadurecimento político está léguas de distância de pensar no povo podendo sugerir propostas para a cidade. Isso, se referindo ao município de Nova Iguaçu, é um sonho quase inalcançável diante das barreiras impostas pelo pensamento provinciano e tacanho que já conheço de longo tempo. Mas, vamos falar das emendas que inexistem.
Qualquer parlamentar que não tenha apresentado emendas ao Orçamento para propor ações do governo nos seus bairros, está na Câmara para o amém comum. E me perdoem a comparação, mas lembram as chamadas vacas de presépio que balançam a cabeça repetidas vezes no seu dizer sim. O que me deixa triste! Não se tratar de rebelar-se contra o governo ou mesmo chamar para a briga o Poder Executivo. Mas a fala de um parlamentar é discutir a cidade no seu interesse comum. E parece que os interesses já não são comuns quando sentidas as ausências dessas vozes.
Quando a Câmara de Vereadores abre mão de exercer a sua principal função, vejo com clareza o quão ela se distancia de uma das suas principais atribuições. Falo desta que é debater e é senão a mais nobre de todas. E o pior: Durante as campanhas eleitorais os vereadores dizem para a população que serão as vozes da sua comunidade. Coisa hilária que me remete a crer que o povo, dependo deles, estará mudo em seus silêncios. Uma publicação em Facebook, que é o aplicativo da moda, dá mais voz ao cidadão-contribuinte-eleitor que os seus representantes na Câmara de Vereadores. É óbvio que não coloco todos os parlamentares na mesma "sacola comum". Mas este silêncio sepulcral sobre a peça que, mesmo sofrendo alterações no decorrer do ano, é a mais importante para sinalizar as políticas de investimentos públicos, ainda que eles não aconteçam. é o que me choca
A tirar pelo que bradam alvissareiros sobre o que acham ou acreditam ser, as suas vozes tornam-se bravatas caídas no silêncio. Triste quando o parlamento emudece.
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