Chiado no peito, coriza, congestão nasal, dificuldade para respirar, tosse e febre. Em tempos de pandemia, esses sintomas podem ser facilmente confundidos com os da Covid-19, mas também são os de doenças alergias e respiratórias, que afetam, principalmente, as crianças. Entre os meses de março e maio, a emergência pediátrica do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) registrou aumento de cerca de 60% nos atendimentos se comparado ao mesmo período de 2020. Mais da metade estavam relacionados a problemas respiratórios. Com a proximidade do inverno, a unidade já se prepara para um crescimento ainda maior no número de casos.
Apesar de esperado durante esta época mais fria do ano, os pacientes têm procurado a emergência com quadros clínicos de problemas respiratórios cada vez mais delicados, segundo os médicos. As mudanças bruscas e constantes de temperatura, somada a falta de chuvas e o clima seco deixam o ar inapropriado para respirar. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a umidade relativa do ar ideal gira em torno de 60%, entretanto, nesta época do ano, essa taxa sequer chega à metade, ocasionando na queda de imunidade e no aparecimento de alergias e doenças respiratórias virais ou bacterianas que levam a internação, como bronquiolite, bronquite, asma, pneumonia, entre outras.
“Quanto mais perto do inverno, maior as chances das crianças e idosos desenvolverem doenças associadas à árvore respiratória. Estamos reiterando todos os protocolos de assistência e melhorando nossa capacidade instalada para atender os casos da melhor forma”, ressalta o diretor geral do HGNI, Joé Sestello, que reforçou pedido de ajuda. “O HGNI atende praticamente toda a Baixada Fluminense e convive com a superlotação. Precisamos que a regulação nos ajude a transferir os pacientes”, completa.
Outra preocupação relacionada aos problemas respiratórios nesta época do ano é a possibilidade de contágio pela Covid-19. A diminuição da imunidade, associada a infecções virais respiratórias, pode ser uma porta de entrada para a contaminação. Além disso, a semelhança entre os sintomas de infecção viral no sistema respiratório liga o sinal de alerta da equipe médica do HGNI, que criou protocolos de atendimento.
“Estamos reforçando medidas para identificar as infecções respiratórias que chegam à emergência. Uma delas é fazer a mensuração da saturação de oxigênio, pois os casos que não são associados à Covid-19 apresentam saturação maior. O exame de tomografia também nos ajuda, através do diagnóstico por imagem, a diferenciar a Covid-19 de outras doenças para agirmos rápido com o tratamento”, explica o diretor médico do HGNI, Lino Sieiro.
As medidas adotadas para evitar a disseminação pela Covid-19 também podem ser utilizadas como prevenção a outras doenças respiratórias, como a utilização de máscaras, evitar locais aglomerados, manter o ambiente bem arejado e lavar as mãos. Para os bebês e crianças é recomendado higienizar o nariz com frequência para eliminar secreções, o que dificulta a instalação de vírus infecciosos. Além disso, evitar o contato com componentes alérgicos também ajuda. Caso tenha febre persistente ou falta de ar, é necessário procurar a emergência.
“A febre é sinal de uma infecção mais grave. Outro é a falta de ar com tosse produtiva. Por esses sintomas existe a possibilidade de uma diagnóstico um pouco mais grave”, reforça Lino.
O pequeno Emanuel Santos, de apenas cinco meses, esteve internado no HGNI por oito dias para cuidar de uma pneumonia. A mãe, Amanda Fabíola, de 22, revela preocupação com o filho, que precisou fazer exames e tratamento com medicação. O bebê teve melhora no quadro e recebeu alta.
“Eu fiquei muito sentida, pois ele chorava em alguns momentos, mas sei que era para o bem dele. É importante que toda família com criança pequena se atente a essa época do ano por causa dessas doenças”, conta ela.
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