Só observo

Por Almeida dos Santos

    Como se sabe, o apoio da "máquina" administrativa é fundamental para que os candidatos, sejam os já investidos de cargos públicos ou não, possam ampliar os seus leques e marcar os seus espaços eleitorais com apoio da administração local. Em eleições cujo prefeito não é candidato, geralmente o "maestro" e "dono da batuta" é ele. Mas quando o prefeito se aventura, sobretudo quando não existe um vice na ocupação do cargo, o quadro muda e a confusão é certa.

    Isso é o que pode acontecer caso o prefeito Rogério Lisboa tenha que renunciar o cargo para ser candidato. E a pergunta é a seguinte: ele terá tempo para a campanha e acompanhar um aliado que o sucederá na cadeira de prefeito? Pois, é! Se Rogério Lisboa lançar candidatura e ter e renunciar o cargo, pode ter certeza que a crise será garantida. E a principal causa disto seria a ausência de um vice. Ou será que Juninho assumiria e tudo ficaria resolvido?

    O que se comenta é que o prefeito Rogério Lisboa está de olho em uma candidatura majoritária. Eu, particularmente, não acredito. Não que ele não tenha uma potencialidade de votos para agregar a um grupo político e se aventurar. Ao contrário. Teve muitos votos para prefeito e se fez figura importante na política da Baixada. Mas, se a sua candidatura não for majoritária, fatalmente ele atrapalhará deputados do campo político que for concorrer. Um exemplo: se ele vier candidato a deputado federal, os deputados federais da sua base sentirão os efeitos dessa decisão. Caso venha candidato a deputado estadual, os deputados estaduais da sua base sentirão os efeitos dessa decisão. Então existem outros caminhos.

    Não acredito que o prefeito se lance ao Senado Federal. É possível, mas não creio. Então, se ele for candidato a deputado estadual ou federal, com certeza afetará os aliados. Se candidatar-se a governador ou vice em uma chapa, o cargo terá que ser ocupado pelo presidente da Câmara, afinal não existe vice. 

    Se Juninho assumir a vice antes do período tudo muda. E como todos estão mudos, vamos aguardar para ver o que muda. É neste sentido que só observo!