quinta-feira, 12 de setembro de 2019

O reordenamento da esquerda local

Tenho visto, e não é só por questões de afinidade de pensamento, a possibilidade do surgimento da retomada de uma frente de esquerda em Nova Iguaçu, e não de mera em aliança para a disputa eleitoral. Mas de marcar espaço e impedir o avanço de uma política que está se alastrando e pautando as linhas de poder no estado do Rio de Janeiro, este que sempre foi um território de resistência. E como já vinha escrevendo, Nova Iguaçu deverá ter uma base diferenciada neste sentido de luta e aos moldes do que antes era feito, porém parece que foi esquecido.
A eleição da nova direção do PT e a direção provisória do PCdoB, ambos em Nova Iguaçu, poderá dar novos ares e um novo diálogo na interlocução entre os partidos que já se relacionam muito bem no campo da esquerda. A vitória do presidente Jair Bolsonaro e a governador Wilson Witzel deverá ser o mote dessa unidade e, mais ainda, das retomadas desses movimentos nas ruas e na ebulição dos movimentos de bairro, classistas e progressistas.
O afastamento das ruas da cidade e a concentração dos manifestos somente no Rio deixou um vácuo nas ruas de Nova Iguaçu e que não se vê mais as bandeiras das esquerdas demarcando o espaço local. O fenômeno das transformações no poder recente, em grande parte, se deu pela ausência dessa frente na ocupação das ruas. E o próprio Centro de Nova Iguaçu, mais precisamente o Calçadão, que tanto foi local de ser ver as bandeiras dos partidos de esquerdas empunhadas, desde a campanha presidencial, tem acontecido, mas só que com muito menos visibilidade que obteve a ocupação desses espaço pelos movimentos de defesa dessas forças conservadoras.
O que digo é que entre o cartorial e o movimento nas ruas da cidade, esses partidos, por exemplo, só vão reencontrar o fortalecimento das suas legendas através das ruas. Por muito tempo vejo que o compromisso com alianças políticas locais fez essas legendas ocuparem timidamente esses espaços, exceto no movimento Lula Livre.
O olhar para a política nacional passa pelo enfrentamento do resgate das bases e dos atos de marcação de espaço. A contestação desses manifestos deixou as ruas e foi para as redes sociais, o que é importante, porém acaba sendo um ato de confraternização com os iguais e não uma tentativa de persuadir os eleitores que estão nas ruas de olharem para a política local. Isso quer dizer que é importante o ato nas redes, mas esse vácuo deixado nas ruas locais causa danos profundo aos movimento de esquerda.
Se o PT, o PCdoB e o PSB e até mesmo o PDT e demais legendas não recorrerem a um movimento unificado e com a propósito claro de mostrar que são contrários ao que está no poder nacional e estadual, transformando Nova Iguaçu no que chamam de "tambor de ressonância", eles estarão fadados a se fragilizarem também no processo político local. E se não houver esse reordenamento nas ruas, saibam que o efeito nacional e estadual irá se repetir no municipal.   

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