Uma coisa que não dá certo é quando o prefeito escolhe alguém para a sua interlocução e não pode demitir ou chamar a atenção da pessoa, principalmente na frente dos outros. E isso é o que acontece na área política da administração de Lisboa.
Mesmo contando com o Jorge Pinto na função de secretário de Governo, pessoa que além da admiração que tenho por ele, tanto pela amizade, pelo caráter e pelo conhecimento do campo técnico-administrativo em gestão pública, não posso deixar de dizer que o governo de Rogério Lisboa não tem um interlocutor que não seja a primeira dama. Um erro grave no meu ponto de vista. Por mais que ela seja conhecedora de todas as circunstâncias das alianças políticas no entorno do prefeito. Ao exercer o papel de interagir no campo político ela passa a ser mais que o próprio prefeito. Repito: ele não pode demitir e nem acalorar debates com ela. Também não pode culpá-la e muito menos isentá-la de culpa. Afinal ele tem sido ela ou vice-versa.
Não há no governo alguém que faça esse papel articulador como ponte com outros setores, com seguimentos e ou com personagens políticos. Ficou muito restrito a tão somente o papel da influência do casal, que apesar de ser dois é um.
Uma vez a primeira-dama dizendo não, pode até ser que Lisboa revogue a decisão. Mas aí não importa. O desgaste do não tem na origem a mesma voz do sim. E isso atrapalha. Ela é habilidosa, mas não é detentora a de todos os conhecimentos. Lisboa é habilidoso, mas não é detentor de todo o poder da própria voz. Estou tentando ser menos complexo que complexo é este quadro que se formou.
Com um outro representante do prefeito fazendo prévias de possíveis alianças, evitando desgastes na primeira dama, seria uma mais seletiva no processo político sem fissuras profundas. Isto eles não perceberam apesar dos dois anos a gestão de muitos desgastes.
A política é uma arte de que o não não quer dizer não. Ele pode ser revisto e alterado no seu decorrer. Se um interlocutor diz não, Lisboa pode dizer sim. Mas se a interlocutora que está agindo disser não, ainda que o prefeito diga sim a impressão do não soará como desconfiança.
Erika é super inteligente, antenada, conhecedora das alianças, decidida e tem todos os adjetivos que se pode atribuir a quem tem política na veia. Mas só que a condição de cumplicidade com o prefeito unifica a personificação de que ela é ele. E é aí que está o problema. O resultado se ela disser não e ele disser sim, ou ele disser não e ela sim é a mesma coisa. Diferente do que seria se houvesse um interlocutor deles. Ela pode contribuir muito mais do que esse papal que talvez nem eles percebam que está acontecendo.
Uma das coisas boas dela é que ela é dinâmica. Tem postura e voz firme. Por outro lado, uma vez dito não ou sim por ela, qualquer coisa que venha ocorrer na sequência estará só vinculado ao casal. Não há uma terceira pessoa nas causas, o que causa a aparência de que o não ou o sim são irreversíveis.
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