A crise com a Câmara que lhe sirva de lição

     Independente do resultado que acontecer na escolha do presidente da Câmara de Vereadores, fato que já era para ter resolvido desde o ano passado e que de tanto adiar gerou as rusgas de hoje, a estatura do prefeito Rogério Lisboa para caminhar em direção à reeleição não será a mesma que ele teve quando disputou e venceu, com ampla vantagem, o ex-prefeito Nelson Bornier. Hoje, com a máquina e a caneta Lisboa na mão, vai sentir o peso de ser o gestor da vez e o seu bordão de que "tem jeito de fazer bem feito", que anunciava uma novidade naquele momento, não pode ser repetido. E pior ainda. Ele poderá ser usado por um dos seus adversários mexendo com o já sentimental pensamento do eleitorado por não optar nas renovações de mandatos dos chefes de Executivo. Aconteceu com a Sheila, com o Bornier e se Lisboa não abrir os olhos, com essa onda de novatos ascendendo o poder, ele fará parte do rol de prefeitos que não conseguira se reelegerem nas últimas disputas.

     É vidente que há muito tempo até lá, mas a tirar pela desatenção e falta de cuidado que ele teve com essa disputa pela presidência da Casa, o seu futuro pode se embolar tanto quanto está embolado o seu presente. E isso cria mais dificuldades para o seu objetivo reeleitoral.

     Ainda não está claro quem serão os candidatos disputarão com Lisboa a Prefeitura de Nova Iguaçu. Mas uma coisa está clara. A perda de aliados como o Garotinho e o próprio Pecciani, esses que ainda detêm poder apesar de tudo o que lhes aconteceu, é outro fato que ajuda a complicar. E observando que hoje o Garotinho é um adversário declarado de Lisboa, o radialista deverá dar muito trabalho com as suas fanfarronices que sabe fazer bem.

     Se Rogério Lisboa continuar com este modelo que adotou de pensar que ainda é a novidade para o povo iguaçuano. Que os seus adversários estão "mortos" politicamente. Que apenas o seu grupo é o bastante para carregar a bandeira, isso dará a ele uma estatura menor que a estatura que o levou ao poder. A crise com a Câmara que lhe sirva de lição.