Depende do Botafogo

Ontem a presença do governador Wilson Witzel à Missa dos 186 anos de Nova Iguaçu tem duas leituras no meu ponto de vista. Uma delas é a aproximação com o governo do prefeito Rogério Lisboa, provavelmente costurado pelo futuro presidente da Alerj, o deputado André Ceciliano, para uma trégua nesses meses que Wilson prepara o seu governo. A outra foi uma sinalização dada pelo governo estadual, pelo menos neste momento, de que a relação institucional será mantida até o momento em que os interesses eleitorais não se sobreporem a ela. Isso tem lá seus motivos.

Todos sabem que Garotinho, que já foi aliado de Rogério Lisboa, juntamente com Nelson Bornier, outro que tem adversidade com o prefeito, são peças importantes no bloco político do Witzel. Eles têm influência sobre o governador. Mas Rogério Lisboa, hoje, no estado, está sem padrinhos, exceto se o chileno naturalizado brasileiro, o Rodrigo Maia (DEM), vencer a disputa pela presidência da Câmara de Brasília. Talvez tenha sido até mesmo o Rodrigo o agente que está tentando fazer essa aproximação, mas não quer dizer que será fácil em razão das alianças que Witzel já possui com figuras da terra.

Ontem foi um sinal de que a relação institucional deles deverá ser serena até o momento em que entrar a disputa eleitoral de 2020. Dependendo do quadro que vai se formar, o governador não será esse aliado que Lisboa espera.. Mas por outro lado Lisboa poderá contar com Maia como uma espécie de interlocutor de Lisboa e o governador.

Assim que os nomes na disputa eleitoral municipal de 2020 estiverem mais claros, claro também ficará como se dará essa relação. No campo institucional o governador deverá tratar o município com atenção, mas não significa que esta atenção dada à cidade é uma aliança. Muito pelo contrário. Pode ser o sinal de que Witzel montará palanque aqui para o seu escolhido. E pelo andar da carruagem Lisboa não é o seu favorito. Vai depender muito da vitória do Botafogo. Quero dizer: do Rodrigo Maia. Ou como Botafogo vai entrar em campo.