O que está em jogo nas próximas eleições não é a vitória de um partido ou de um grupo político. Está em jogo o futuro da esquerda e o futuro de direita, tanto no município e se alastrando pelo estado e pelo Brasil. Rogério Lisboa forma um amplo palanque com a direita protagonizando um papel político preponderante no seu projeto de reeleição. Imagino como será o comportamento de algumas figuras que tiveram papéis de destaque na esquerda respondendo a este projeto claro de enfraquecimento dos setores populares. Imagino como órgãos representativos autodenominados de representações populares também podem se tornar correias de transmissão do poder no campo da direita.
De uns anos para cá os movimentos de bairros perderam forças. Classes representativas de bases populares e até mesmo os movimentos de cultarias populares se enfraqueceram, e está aí a inexistência do Carnaval que retirou todos da avenida. Foram enfraquecidos pela mão do poder público. Ao se aliar a governador Wilson Witizel e ao senador Flávio Bolsonaro, o clarão que se forma não deixa sombra de dúvidas que o prefeito Rogério Lisboa não só terá o verniz de direita no futuro modelo de governo que implementará por mais quatro anos caso vença a eleição. Isso está tão evidente que já não é surpresa uma foto do prefeito com o senador do clã Bolsonaro e a sua intensa ligação com o Rodrigo Maia, com o governador Witzel e os meigos sorrisos trocados com o senador Flávio Bolsonaro (PSL).
Se as esquerdas no âmbito da cidade, seja por vaidade ou por ambição, não compreenderem o que está em jogo é o futuro a lhes devorar, choramingar comportamentos vindouros que se anunciam não tirará delas a responsabilidade nenhuma de colaborarem com as suas próprias derrotas. Fingir que não vê esse desenho que fica cada vez mais claro com os movimentos das peças políticas é a pior coisa que se pode fazer.
Lisboa optou por abrir seu leque conservador. Optou pela estratégia direitista. Mas para chegar ao poder, na eleição passada, conseguiu com o seu discurso boa parte da esquerda que o ajudou. Sei que naquele momento o quaro eleitoral e de forças políticas na cidade era outro, mas agora não há alma ingênua na política que não consiga enxergar essa tomada de território por parte da direita. Então, fica bem claro é que nas opções que estão em jogo ou é se aliar á direita ou formar um bloco de esquerda com força capaz de frear o avanço da direita. É disputa é ideológica comportamental política e não mais apenas de planos de governo. Pode até parecer que as alianças que estão acontecendo se dão apenas no campo partidário. Sim. Mas é o campo partidário vencedor que ditará qual o modelo de política que será adotada.
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