Quem são as pessoas que estão formulando política para o prefeito Rogério Lisboa concorrer à reeleição como ele pretende? Essa pergunta é a que pode dar as respostas para o quadro político que se desenhou na cidade. Uns dirão que é o próprio prefeito em companhia da primeira dama e outros dirão que é um grupo de assessores vinculados a ele que não estão enxergando um palmo à frente dos olhos. Mas o principal articulador tem sido mesmo o próprio Rogério, o que faz pensar as considerações que faço.
O prefeito tem a sua mente voltada para a administração municipal. Para ele a cidade está como ele pensa e não como muitos enxergam. E isso é o que faz Lisboa não ver o que realmente está acontecendo no que se refere ao campo político e ao campo administrativo. No campo político o prefeito está perdendo a força na própria base aliada. No campo administrativo ele até caminha na linha que escolheu para ter como carro-chefe os pagamentos em dia. É óbvio que pagamento em dia não é projeto político. Não passa de uma obrigação. E isso não significa que para os funcionários a sua política de relação está boa. Neste sentido, no que se refere a salários em dia o prefeito vai bem, apesar de mais adiante ter que enfrentar uma possível determinação judicial de pagar os atrasados dos que trabalharam na gestão anterior.
Mas a administração do prefeito é toda desconforme. Os secretários não têm esse diálogo aberto com a população e poucos formulam política que se agregue na imagem do prefeito e não na administração. O que significa? Quando a pasta vai bem a imagem boa fica para o secretário e não para o prefeito, mas quando vai mal a culpa parece ser do prefeito e não do secretário. E por qual razão isso acontece? Acontece por você não ver boa parte do secretariado se comunicando com os atores da cidade e demonstrando que a linha administrativa da gestão é puxada pelo prefeito. Vou explicar melhor:
Salvo um ou outro secretário, não vejo o primeiro escalão do governo nas ruas e interagindo com a população e com os formadores de opinião. Se Lisboa voltou a ficar fechado no seu gabinete, os secretários nunca saíram para ter aquele téte-à-téte com a população, em especial com os formadores de opiniões nas suas respectivas linhas de seguimento. Isso faz parecer um trabalho burocrata incapaz de mostrar que a sua equipe governamental não dialoga com os formadores de opinião nos seus respectivos campos de atuação. O máximo que deve acontecer são aqueles papos de gabinete com tapinhas nos ombros e a falsa impressão de que tudo vai bem, de que está tudo legal.
Nem mesmo no governo do prefeito Bornier, ele que é um centralizador, os secretários eram tão distantes do povo. E volto a explicar: não falo de todos os secretários, mas de uma boa parte deles. Vou fazer uma pergunta sobre uma área importante e quero saber se o leitor deste blog, mesmo que politizados e inteirados nos assuntos, se sabem o já viram nas ruas o secretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda. Já viram? Não sabem quem é ou não lembram? Pois, é. A resposta que escolher dar para essa pergunta será o suficiente para deixar claro esses pontos: se conhece não o vê não rua. Se não conhece e nem vê não rua, não imagina sequer que ele existe. E se não sabia que ele exista, muito menos entenderá o que essa pasta tem feito no que se refere a políticas públicas. E não adianta culpar a Comunicação. Ela virou um instrumento de uso exclusivo do prefeito e não da sua administração.
Trocando em miúdos posso dizer que há muitas falhas de alguns gestores de pastas e que por não serem conhecidos a culpa imediata é atribuída ao prefeito. É claro que o prefeito é o gestor e a ele se atribui a responsabilidade de zelar pela administração. Mas, se ele ficar preso nisso e não tiver liberdade ou vozes para repercutirem as ações do governo, quem irá formular política no lugar do prefeito? Pois é. Volto a repetir em tom mais irônico: Se o prefeito é o Batmman desta Gotham City, alguns dos seus coringas secretários cumprem mesmo o papel do Coringa? Pois, é. O prefeito ao invés de se multiplicar está minguando na figura daqueles que deveriam resplandecer a sua imagem.
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