Dificuldade

Volto a tocar no assunto por entender que ele é importante e que deve ser observado. É fato que cada eleição tem lá a sua história, mas é olhando para as últimas eleições que se pode tentar compreender o que pode vir a acontecer e, se por acaso for ignorado, complicar ainda mais. E aí está o que preocupa o governo, mas não o governo como um todo. Falo da parte do governo que está relacionada ao prefeito Rogério Lisboa e não da parte que faz parte do governo mas não segue aquilo que o prefeito determina, ao menos no campo político-eleitoral. Isso mesmo. Rogério Lisboa tem sobre a maioria das pessoas da máquina a gerência administrativa, porém não tem o domínio político-eleitoral sobre todas, afinal algumas estão vinculadas aos políticos que mantém alianças administrativas com o governo.

Pode parecer complexo, mas não é. O governo é composto de integrantes que vêm de variadas ligações políticas. Todos são governo. Mas nem todos são Rogério Lisboa. E é isso que no campo político eleitoral pode afetar qualquer pretensão do prefeito em ser reconduzido ao cargo. 

Rogério Lisboa, no meu ponto de vista, errou na estratégia de não ter criado um grupo de decisões políticas. E se há algum grupo, este deve estar formado apenas por pessoas que já caminhavam com o Lisboa dos tempos de outrora. Ele não agregou "massa" política-eleitoral.

É sabido por todos que Rogério Lisboa perdeu o domínio político na relação com a Câmara. E o momento é muito sensível para ele. Se romper de vez com ela pode naufragar antes mesmo de colocar o barco com o leme apontado para a reeleição. O prefeito não ampliou as suas alianças internas e tampouco manteve alianças externas capazes de interferirem no jogo local. O que isso quer dizer: Fora o Rodrigo Maria, o prefeito Lisboa perdeu mais aliados do que os manteve. Posso citar o Garotinho como um exemplo disso.

Hoje o prefeito possui dois desafios caso queira ser candidato. Segurar o seu grupo e atrair novas alianças. E o primeiro depende muito do segundo, mas do jeito que a coisa está o segundo é um dos que mais vai afetá-lo. 

Essa perda também se reflete no campo partidário. Algumas legendas que caminharam com o prefeito na primeira eleição já ensaiam que não se sentem representadas na administração. Poderia citar o PT e o PCdoB, apesar de possuir membros desses partidos nos quadros administrativos da máquina.

Por isso que digo que houve falhas políticas internas e externas que podem comprometer muito uma marcha para a reeleição. E essa é a diuficuldade.