sábado, 30 de março de 2019

Crônica: Questão de tempo

A vida e o tempo vão passando e às vezes me dou conta de que fiz poucas homenagens aos meus amigos. Talvez por senti-los perto demais ou até movido pelo pensamento de que tudo é eterno. Mas sei que não é bem assim! Sei que basta um estalar dos dedos do tempo para que tudo possa acontecer. E aquele amigo distante do qual você tanto queria dar um abraço pode partir. Aquela amiga à quem você queria confidenciar um sentimento de quase irmão também pode partir. Até mesmo aquele cara que te serve o café na costumeira lanchonete que você frequenta, oferecendo sorrisos, também pode partir. E se eles não partirem? E quem sou eu para dizer quem pode ou não partir?
Nunca sabemos o dia de amanhã, mas sempre acreditamos que podemos planejar com um amigo ou uma amiga um belo reencontro. Mas nem sempre o tempo vem ao encontro daquilo que planejamos fazer. E é aí que percebemos que pode ocorrer mais uma dessas despedidas terrenas que se dão sem que você tenha usado a chance de prestar uma homenagem pessoal, sem público e sem alarde, a alguém a quem você tem um laço da amizade e consideração, mas que se foi ou pode ir.
Se soubéssemos a quantidade exata de quantos arrependimentos teremos ao longo da vida, talvez antes da nossa partida corrêssemos para dar um último abraço em alguém. Mas não sabemos! Só que parece até que confiamos no tempo ou sobre ele temos o domínio para protelar e adiar os abraços que hoje estão ao nosso alcance.
Se o Zeca Baleiro acordou "como uma vontade danada de mandar flores ao delegado e de bater na porta do vizinho e desejar bom dia", hoje eu acordei assim... Sentindo essa vontade danada de abraçar os meus amigos e as minhas amigas. E já que o Facebook é uma comunidade aonde virtualmente "todos" moram, acordo para bater na porta de vocês que são meus amigos e amigas, vizinhos virtuais, para desejar bom dia!
Almeida dos Santos

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