Uma prévia do cenário atual para federal

Por Almeida dos Santos    

    O deputado federal Luiz Antônio Teixeira Júnior, que atende pelo nome de Dr. Luizinho (PP), foi o campeão de votos em Nova Iguaçu na corrida eleitoral para deputado federal em 2018. Luizinho, que na ocasião não era um aliado do prefeito Rogério Lisboa, tinha a máquina da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e conseguiu nada menos que 31.188 votos na cidade. Hoje ele tem influência na Secretaria Municipal de Saúde além de ser aliado do prefeito e até ter oferecido a legenda para que Rogério Lisboa disputasse a reeleição pelo PP em 2020. Espera-se, com a influência que tem agora na administração municipal e com a sua proximidade com a cúpula do PP, Dr. Luizinho pode aumentar a sua votação local. O que se espera é ver se ele tem o "teto de votos" local dos 31 mil ou se isso poderá ampliar com as condições mais favoráveis do cenário atual que se encontra. 

   O deputado Juninho do Pneu (DEM), que concorreu em 2018 como o preferido do governo municipal, obteve somente em Nova Iguaçu o total de 25.197. Ficou em segundo lugar no colégio eleitoral de Nova Iguaçu, no ranking dos candidatos a federal eleitos. Juninho agora está licenciado para ocupar o cargo de secretário estadual de Transportes. Trocou a posição tranquila de assumir uma vaga de vice-prefeito e estar mais próximo da máquina municipal para permanecer deputado e então se licenciar para o Governo do Estado. Esse licenciamento da Câmara dos Deputados é também uma relação que envolve compromissos com o governo estadual. Resta saber se Cláudio Castro, o governador, terá Juninho do Pneu como prioridade em Nova Iguaçu. Juninho e Luizinho protagonizam uma adversidade que já coloca no "tabuleiro" as estratégias de ambos com vistas à sucessão de Rogério Lisboa.

   O deputado federal Hélio Fernando Barbosa Lopes, mais conhecido como Hélio Negão (PSL), foi o deputado mais votado do Rio de Janeiro, mas não foi o mais votado em Nova Iguaçu. Na cidade iguaçuana obteve 19.046 votos. Ilustre desconhecido da política, porém não estreante nela, foi eleito na onda bolsonarista. Hélio Negão sumiu do cenário local e a onda bolsonarista está virando "marola". Mas é bom observar que os seus 19.046 votos se deu em um cenário onde Bolsonaro obteve no segundo turno nada menos que 70% dos votos válidos. A esperança de Hélio em Nova Iguaçu é manter colada a sua imagem a de Bolsonaro e ver o que isso poderá lhe render. Mas, vale lembrar, hoje o cenário é outro completamente diferente de 2018.

    A deputada federal Rosangela Gomes foi a quarta mais votada em Nova Iguaçu concorrendo pelo então PRB. Na cidade ela obteve o montante de 13.969 votos. Mas todos sabem que Rosângela mantém vínculos com a Igreja Universal e sua votação sempre conta com o apoio desses evangélicos.

    Considerando o cenário acima, outros nomes devem surgir na cidade e o ex-prefeito Lindbergh Farias (PT), hoje vereador no Rio, é um deles. Vai querer medir o seu eleitorado no município, em especial nos bairros periféricos. Caso Lula seja candidato, Lindbergh vai usar todo o argumento de que quando foi prefeito o PAC beneficiou algumas ruas e bairros, colando assim a sua imagem com Lula. Mas tem mais...

    Além dos deputados que foram eleitos no passado e ainda o ex-prefeito Lindbergh Farias (PT), outros nomes deverão investir em Nova Iguaçu na captação de votos. O cenário é bem diferente de 2018. E observem que pelo menos quatros dos nomes listados acima dão sinais que terão interesse na disputa pela Prefeitura de Nova Iguaçu em 2024. Luizinho, Juninho, Rosangela e Lindbergh miram a Câmara dos Deputados mas não tiram o olho da Prefeitura. O que fará dessa disputa uma prévia muito interessante para o futuro de Nova Iguaçu