Por Almeida dos Santos
Em 2018 surgiram alguns nomes novos na política e Nova Iguaçu, que nas últimas eleições, diminuiu a sua representatividade no estado apesar do seu peso político e administrativo para o Rio de Jaqneiro, terá agora a oportunidade de refazer a sua bancada ou colaborar para a formação de uma bancada da Baixada Fluminense mais sintonizada com os campos da esquerda. Mas, mesmo assim, parece que aqui os partidos de esquerda continuarão fazendo o que sempre fizeram: apostar em nomes já consegrados na política do campo da esquerda no Rio e, neste caso, a Baixada, como vem acontecendo, ficará sem ver um representante do campo progressista mais aliado e participante da política na região.
A possibilidade de Lula estar no páreo dá ao PT e aos partidos de esquerda um novo horizonte de expectativas. È provável que partidos mais aliados ao campo da esquerda tenham um desempenho melhor que nas eleições de 2018. Mas, pelo que vejo, os atores políticos da esquerda e os partidos desse campo continuarão votando em candidatos que firmam e reafirmam as suas bases políticas na capital e quase nunca participam da construção política do fortalecimento da esquerda na Baixada, região essa que é dominada pelo modelo político direitista que ocupa o espaço deixado por nomes que poderiam representar a esquerda na região.
Observem que desde a saída de Lindbergh Farias da Prefeitura de Nova Iguaçu nenhum outro nome surgiu forte no cenário. E quem cresceu na Baixada Fluminense e de certa forma compensou a representatividade da esquerda da região no cenário fluminense foi o deputado André Ceciliano (PT), que chegou à presidência da Alerj por sua habilidade de fazer política olhando para o macro, porém preservando as suas relações com os campos mais progressistas. André, que foi prefeito de Paracambi, se desenvolveu e cresceu ocupando os espaços que foram deixados ao longo do caminho e hoje, inegavelmente, é da esquerda progressista o seu maior representante no estado. É tempo de reagir!
Lindbergh Farias, ao deixar a prefeitura e ser eleito senador, fez uma política mesquinha de abandonar as suas lideranças na Baixada e terminou que o moço, com muito sacrifício, conseguiu a vaga de vereador no município do Rio. E desde a sua saída do cenário baixadense, quem cresceu foi André Ceciliano, este que de fato mantém a sua base na Baixada e aposta nas cidades da região para construir os seus projetos políticos-eleitorais.
Jandira Feghali, que é do PCdoB e sempre contou com a simpatia eleitoral da Baixada Fluminense, graças é claro à militância dos membros do PCdoB e até do PT na participação dos seus mandatos. Mas ela quase não aparece na Baixada e acredita que tem o seu quinhão de votos na região.
Hoje a direita cresceu na Baixada não só pelo conservadorismo predominante na regição. Mas também por essa lógica de cosntrução de nomes para o cenário estadual ou nacional, esquecendo de que a política local da esquerda se fragiliza cada ao ponto das representações partidárias de legendas mais progressistas se diluirem e chegar ao ponto de contar nos dedos das mãos quais são os vereadores deste campo que foram eleitos nas 13 cidades que formam a Baixada Fluminense.
Há pelo menos 20 anos que escrivi um artido que os votos da esquerda na Baixada correm para o mar eleitoral do Rio. E com o tempo isso se confirma mais e mais. Mas entendo que a esquerda só será forte no Estado caso se fortaleça na Baixada Fluminense. Mas para isso é preciso investir na política e eleitoralmente com nomes da Baixada e que a façam ser representada com uma bancada da esqurda maior.
Olhem para São João de Meriti, cidade que tem uma população menor que a de Nova Iguaçu e conseguiu fazer na Alerj uma representação maior que a iguaçuana. Não é uma representação do campo da esquerda, mas ao menos é uma representação maior que a de Nova Iguaçu. Pode parecer que isto não tem nada em reção com a perda de força da esquerda na região. Mas não vejo assim. Vejo que São João de Meriti e até Belford Roxo concentraram os seus votos em canidatos das suas bases, enquanto Nova Iguaçu quer mostrar o seu "ar de capital" e continuar investindo nos candidatos com bases muito bem fixadas na cidade do Rio e que reaparecem somente em tempos eleitorais.
Os atores da esquerda gabam-se de ter maior relação com o Rio do que com a construção de uma boa representatividade política local. Talvez o meu olhar possa parecer até provinciano, mas o jeito de se fazer política aqui tirou um pouco do protagonismo da esquerda ao ponto de uma cidade que era capital política da região se tornar uma província ilhada na política do campo da esquerda. Sim! A direita se organizou muito mais que a esquerda em território baixadense. Se duvidam, olhem para a representatividade dela no atual cenário político e vejam que esse quadro pode até piorar, apesar de tão triste que já se encontra.
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