quarta-feira, 15 de abril de 2020

Um jogo de poder

Por Almeida dos Santos

Mandetta não é um herói. Mas na minha opinião vem sustentando fogo dentro de um ambiente em que a conspiração e os jogos de interesses são grandes demais e envolve, além de poder e prestígio, algumas coisas que com isso se pode angariar. Ninguém ali é ingênuo de não saber que política é uma arte de ocupação de espaços públicos para ter o poder. Ele estava apoiado por grupos políticos, mas não largou o discurso técnico da sua fala em nenhum momento. Fez e sofreu ataques. Jogou o jogo, mas está saindo atirando da trincheira.

O jogo do poder envolve muito mais que esses ataques trocados em cadeia nacional. Ele é pior. É intiga e mais intriga de bastidor. Mesmo assim Mandetta sustenta o seu posicionamento deixando clara a sua divergência com aquele que possui a caneta para o demitir. Possui, não demitiu por estar entendendo que se assim fizesse perderia o jogo. Um levando o outro ao cansaço e cada qual marcando o seu campo até a inviabilidade das relações.
Repito que em todos os governos é ter que caminhar no "fio da navalha". É saber que para a sua cadeira há olhares que não disfarçam a intenção de tomá-la. Se em cidades pequenas esse jogo acontece, imagine dentro de um governo cujo desvario e a incerteza é a aura que paira e rege!
Não tenho simpatia partidária alguma pelo Mandetta, mas dentro deste governo ele está tendo "culhão" para manter posição, ainda que sabendo que isso vai lhe custar o cargo, apesar de lhe render o que anda faltando muto na classe política, que é a personalidade. Se afirmar no espaço aonde os falsos são aqueles que lhes tocam os ombros com a falsa carícias das damas de bordéis.
O que Mandetta fez até agora é a afirmação de uma política de isolamento. Dele no governo e do povo nas suas casas. A história continuará sendo escrita, mas ninguém poderá atribuir a ele a covardia comum de muitos homens públicos usam. Não tendo simpatia ideologia partidária alguma com ele, mas vejo que ninguém tem no tom da voz a autoridade da critica quanto a sua firmeza. Certa ou errada, Mandetta foi mais corajoso de expor o jogo e, mais ainda, de jogar com a cabeça erguida.

"60 dias tendo de medir palavras. Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né?". (Mandetta)

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