quarta-feira, 2 de março de 2022

Literatura feminina é celebrada em Nova Iguaçu




    ‘A menina que libertou os cabelos’ foi escrito num fôlego só em 2017, depois que passei um final de semana com minha sobrinha Geovanna, na época com 8 anos, e sua amiguinha Bel, então com 10 anos. A Bel, uma menina linda, mas cheia de questões e dificuldades com o cabelo. Meninas negras como eu precisam o tempo todo se afirmar para conseguir gostar de seus cabelos e na historia, Bel conseguiu essa libertação. O livro foi inspirado na história dela e de tantas outras meninas negras e seus cabelos crespos”, destaca a escritora, professora e mestre Marize Conceição sobre o livro “A menina que libertou os cabelos” que ela vai autografar na próxima terça-feira, dia 8 de março, às 14 horas, na Sala de Leitura Fenig, no terceiro piso do TopShopping, no Centro de Nova Iguaçu. No Dia Internacional da Mulher, a Fenig celebra uma escritora do município. Essa é uma ação do Programa Municipal de Incentivo à Leitura e à Escrita, da Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu, a Fenig, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura.
    Marize Conceição começou a escrever na adolescência. “Fui dessas que escrevia um diário atrás do outro e escondia pra ninguém ler. Escrevia poemas e ainda escrevo, mas sempre muito intimista, pra mim e por mim. Agora, escrever pra ser lida só a partir dos textos acadêmicos”, lembrou Marize, que destacou entre suas leituras favoritas autores como Cecilia Meireles, Carlos Drummond, Vinicius de Moraes, José Saramago e Solano Trindade. “Quando conheci as escritoras negras passei a gostar muito da escrita da Ana Cruz, Mirian Alves, Lia Vieira e Conceição Evaristo”, reforçou Marize.
    Sobre a técnica de escrita, Marize Conceição conta que não sendo a escrita acadêmica, que é diferenciada, ela geralmente escreve à medida que as ideias vêm à cabeça, sempre com base nas experiências vividas por ela: amores, amigos, dores, alegrias, questões sociais que afetam a autora como o racismo e o machismo. “Costumo dizer que escrevo num fôlego só. Feito isso, depois eu volto, leio de novo, vejo se é aproveitável o que escrevi até que chegar a um consenso comigo mesma”, explica Marize.
    A escritora considera que qualquer iniciativa de incentivo à leitura junto à população é muito importante. Ela afirma que o projeto Livros para Voar, da Fenig, possibilita que crianças, jovens adultos tenham acesso a livros e a autores de uma forma simples, opcional e até intimista favorecendo a aproximação do leitor. “A possibilidade de o livro circular entre os leitores é muito legal. E isso é muito importante para a construção do gosto pela leitura”, disse a Marize Conceição.
    Além da Tarde de Autógrafos, a ação “Livros para Voar”, da Fenig, recebe doações de livros, faz as publicações circularem pela cidade e fortalece os autores e a produção literária de Nova Iguaçu e da Baixada. A ação é dedicada aos romances de ficção e não ficção, poesias, biografias e estilos literários diversos. A ideia é a democratização de leitura que amplia o conhecimento. São 11 totens com as caixas do projeto para receber doações de livros e para que qualquer pessoa possa pegar uma publicação gratuitamente para desfrutar da leitura. As caixas estão na sede da Fenig (rua Governador Portela, 812, no Centro de Nova Iguaçu); na Sala de Leitura Fenig no TopShopping; Prefeitura de Nova Iguaçu; Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Posse; Igreja Santo Antônio da Prata; Igreja São Miguel Arcanjo, em Miguel Couto; OAB Nova Iguaçu; Casa de Cultura; Casa do Professor; Cefet-NI; e Loja Caçula Nova Iguaçu.

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