‘A menina que libertou os cabelos’ foi escrito num fôlego só em 2017, depois que passei um final de semana com minha sobrinha Geovanna, na época com 8 anos, e sua amiguinha Bel, então com 10 anos. A Bel, uma menina linda, mas cheia de questões e dificuldades com o cabelo. Meninas negras como eu precisam o tempo todo se afirmar para conseguir gostar de seus cabelos e na historia, Bel conseguiu essa libertação. O livro foi inspirado na história dela e de tantas outras meninas negras e seus cabelos crespos”, destaca a escritora, professora e mestre Marize Conceição sobre o livro “A menina que libertou os cabelos” que ela vai autografar na próxima terça-feira, dia 8 de março, às 14 horas, na Sala de Leitura Fenig, no terceiro piso do TopShopping, no Centro de Nova Iguaçu. No Dia Internacional da Mulher, a Fenig celebra uma escritora do município. Essa é uma ação do Programa Municipal de Incentivo à Leitura e à Escrita, da Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu, a Fenig, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura.
Marize Conceição começou a escrever na adolescência. “Fui dessas que escrevia um diário atrás do outro e escondia pra ninguém ler. Escrevia poemas e ainda escrevo, mas sempre muito intimista, pra mim e por mim. Agora, escrever pra ser lida só a partir dos textos acadêmicos”, lembrou Marize, que destacou entre suas leituras favoritas autores como Cecilia Meireles, Carlos Drummond, Vinicius de Moraes, José Saramago e Solano Trindade. “Quando conheci as escritoras negras passei a gostar muito da escrita da Ana Cruz, Mirian Alves, Lia Vieira e Conceição Evaristo”, reforçou Marize.
Sobre a técnica de escrita, Marize Conceição conta que não sendo a escrita acadêmica, que é diferenciada, ela geralmente escreve à medida que as ideias vêm à cabeça, sempre com base nas experiências vividas por ela: amores, amigos, dores, alegrias, questões sociais que afetam a autora como o racismo e o machismo. “Costumo dizer que escrevo num fôlego só. Feito isso, depois eu volto, leio de novo, vejo se é aproveitável o que escrevi até que chegar a um consenso comigo mesma”, explica Marize.
A escritora considera que qualquer iniciativa de incentivo à leitura junto à população é muito importante. Ela afirma que o projeto Livros para Voar, da Fenig, possibilita que crianças, jovens adultos tenham acesso a livros e a autores de uma forma simples, opcional e até intimista favorecendo a aproximação do leitor. “A possibilidade de o livro circular entre os leitores é muito legal. E isso é muito importante para a construção do gosto pela leitura”, disse a Marize Conceição.
Além da Tarde de Autógrafos, a ação “Livros para Voar”, da Fenig, recebe doações de livros, faz as publicações circularem pela cidade e fortalece os autores e a produção literária de Nova Iguaçu e da Baixada. A ação é dedicada aos romances de ficção e não ficção, poesias, biografias e estilos literários diversos. A ideia é a democratização de leitura que amplia o conhecimento. São 11 totens com as caixas do projeto para receber doações de livros e para que qualquer pessoa possa pegar uma publicação gratuitamente para desfrutar da leitura. As caixas estão na sede da Fenig (rua Governador Portela, 812, no Centro de Nova Iguaçu); na Sala de Leitura Fenig no TopShopping; Prefeitura de Nova Iguaçu; Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Posse; Igreja Santo Antônio da Prata; Igreja São Miguel Arcanjo, em Miguel Couto; OAB Nova Iguaçu; Casa de Cultura; Casa do Professor; Cefet-NI; e Loja Caçula Nova Iguaçu.
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